EXÍLIO CÓSMICO
O exílio cósmico em que a humanidade se encontra é auto-imposto, pois não há nenhuma força externa que nos obrigue a acreditar nesse isolamento universal, exceto nós mesmos. A descrença nas estruturas celestes, no entanto, é fortalecida por influência mútua e qualquer ser humano que pense o contrário é encorajado a pensar na hipótese de sua premente “alucinação”. O materialismo é um fator importante para a manutenção do isolamento, uma vez que a carência de evidências “físicas” e “contatos diretos” de forma aberta à humanidade acabam por fortalecer a convicção da solidão cósmica. No entanto, para acreditarmos na vizinhança cósmica e estruturas celestes se faz necessário abrirmos a mente para a real natureza destas realidades e não subjugá-las à nossa condição. Seria o mesmo em acreditar que para estabelecer um contato mínimo com um chimpanzé deveríamos por força da sua natureza, tornarmo-nos um, para que o contato seja estabelecido. Não seria mais fácil ensinar-lhes a linguagem dos sinais?! A diferença é que o chimpanzé responde aos sinais, já nós...
Chimpanzés falam, mentem e recitam poesias com a linguagem dos sinais
A falta de maturidade intelectual e espiritual para compreendermos a real natureza do cosmo é outro obstáculo. Se acreditar na vida no cosmo é um absurdo, então não tenho palavras para descrever um cosmo infinito com criaturas mortais das mais diversas habitando um Nada na eternidade de forma indefinida.
O cientista humano carece de imaginação e a imaginação humana carece de ciência. Nesse terreno fértil e dual floresce a sensação de isolamento, não a convicção. Nossa ignorância não parece ser perpétua e a descrença obviamente não é generalizada. Se um dia resolvermos perceber a “Linguagem de Sinais Cósmica” como uma possibilidade real para o contato, talvez nos reste a eternidade para colocarmos o papo em dia com nossos pacientes e compassivos vizinhos celestes.