Sobre as impressões assenciais
Nada sei dizer sobre as impressões duradouras, tampouco sobre o afeto contido; a dedicação recíproca, enfim, sobre as relações sentimentais entre as pessoas. Tampouco sei expressar sem que doa, se o que me ocorre é pura ausência de sentido ou os sentimentos é que se foram? Entrando, estranhamente, é-me de uma sutileza devota e mútua supôr que as impressões mais sensíveis são aquelas com as quais passamos a identificar no outro uma espécie de benquerença unilíngue, que de tal fórmula devolve-nos à vida um espírito pacificador e que há tempos andava sem vigor, sem significado. E é nesse interim de almas em transe forte, que uma sintonia que algo sublime e singular se revela de tal maneira que o outro se transforma numa espécie mística de ídolo astral cujo passamos a preencher tantas faltas que depreciamos e tantas mais que não encontramos em nós mesmos.