A Soma de Todos os Medos
A Soma de todos os medos...
...é um cálculo complexo que tange todas os setores que compõem a nossa vida, e talvez seja por isso que há uma sensação de desequilíbrio quando as estruturas são abaladas; perde-se o chão, o ar, a razão e todas as coisas que te impulsionam a levantar da cama dia após o outro. É doloroso, como uma picada de cobra. Você sente o veneno correndo pelas veias e tudo que deseja é deitar em posição fetal e esperar a vida se esvair.
Seus receios mais profundos, seus pesadelos mais tenebrosos, suas fobias mais estranhas... todos decidem que é a hora de atacar, de te fazer temer. De te colocar pra baixo, no subsolo, coberto por terra, raízes e folhas de pinheiro. Mas o que você não consegue descobrir - não sob pressão - é que tudo aquilo é passageiro. É uma soma que traz um resultado positivo, independente da situação. É experiência de vida, é uma saída para os problemas futuros, ou talvez um fundo de poço. Você está cansado, com sede, e a água que está lá te faz reerguer. Levantar a cabeça, subir pela corda e ver o mundo de novo. Mais brilhante, revigorante, mais... vivo.
Por isso, não tenha medo de cálculos e equações. Variáveis são exatamente o que se propõe a ser: variáveis. Há motivos e há motivos, há, talvez, uma inexorabilidade no destino que te diz que as coisas devam acontecer de tal maneira, ou talvez não haja, e acontecem por acaso. Mas existe um propósito para tudo. Muitas vezes nublado, confuso e assustador... mas está ali, ainda não decifrado, esperando que você encontre o denominador final, o número positivo daquela soma.
Afundar é necessário, encharcar-se na água do poço também. Mas beba-a e se hidrate. Emergir em um novo mundo só depende de você e do quanto você está disposto a absorver de toda a amargura.
O que passou é passado, mas nem todo encerramento é um fim; talvez seja apenas um recomeço. Enquanto houver ar nos pulmões, nada está acabado.
Nada.