sonhando com o meu violino
Sonhando com o meu violino
Certa madrugada sonhava,
Que o meu violino me falava.
Mas o seu falar era chorado
Das noites idas que era tocado,
O arco nas suas cordas vibrava
Eeram lindos sons dele tirado.
Então ele comigo falando,
Os velhos tempos recordando,
As lindas melodias que tocava.
Em que eu as cordas tangia,
Eram sons lindos, era magia,
O meu violino então vibrava.
No seu falar comigo chorava,
Velhos tempos que recordava,
Era um velho cheio de romantismo.
Agora limitado aquela prisão,
Sempre inativo cheio de solidão,
So se tocam músicas modernismo.
Aquele velho violino encerrado,
Que por mim já não era tocado!
Velho, na caixa como prisioneiro,
No tempo nunca ganhou dinheiro,
Mas sempre afinado e dedilhado.
Quando eu o tocava ensaiando,
Com músicas alegres variadas,
Sons nostágicos muito afinados.
Por muitas e variadas razões
Deixei de neste violino tocar,
Coisas mesquinhas e rotineiras.
De tempos em tempos o visito,
Afino-o dou uns acordes insisto.
Foram causas corriqueiras.
Nessas noites os dois choramos,
Lembrando tempos que passamos.
Por vezes acompanhados ao piano
Pelo saudoso mestre João Silva.
Na companhia de meu irmão e da Elisa,
Foi um tempo feliz todo aquele ano.
Que saudades do velho violino,
Na sua caixa sempre encerrado.
Por veses esquecido e desafinado
O meu violino de som cristalino.
J. Rodrigues (Galeano) 27/07/2016