Este ser
Relação humana para mim não é brinquedo. Mas às vezes brinco de pique esconde comigo e com os demais coadjuvantes deste perturbado planeta. Me perco e me encontro o tempo todo. Me estranho e me aceito. Me escondo nos quartos obscuros do meu ser e ordeno aos demais que fechem os olhos e contem até que eu ache apropriado e seguro estrear. O que sou? Dizem por aí que sou a cara do mistério, inacessível, impossível, ou até inapropriada. Pois bem. Gosto de ser minha e de mais ninguém. Só às vezes eu me entrego. Confesso. Não ouse querer tocar o meu mundo sem permissão. Aqui é vasto. Desarrumado. Mesmo que sagaz. Me odeio quando percebo que estou a mercê de encontros, quando no fundo sei que sou mais a ausência deles. Não sei por que me prendo a determinada coisa quando sei que gosto mesmo é de perambular pelo mundo, como andarilho sem rumo. (...) O que mais? Em construção... Mutação... Na verdade, desconstrução. Tanto faz. O que importa é ser esse mistério que eu mesma tenho a curiosidade, vontade de desvendar. Ou não.