Veja bem
Veja bem!
O que há no meu peito não é dor e nem saudade. Ausências ou vazios. Há um súbito susto, desconcerto, desaconchego com esse mundo procrastinado, insano, perverso, traíra.
O que há aqui dentro é ânsia de entender como o ser humano pode ser tão mau caráter, perturbador, libertino...
O que há aqui é piedade por quem descaradamente mente, censura o que é, o que quer e o que diz saber.
Não há ódio no meu peito. Não és digna de me prender. Há aqui dentro uma saudável vontade de me recolher; não mais do mundo, dos amigos ou do amor futuro, mas de você, provida de ruínas, pecaminosa sina, soube bem me desprender.
Apenas peço que siga e me esqueça, dizia sempre para tentar mostrar-lhe que podias me perder. Pois bem. Perdeu. Agora é o meu mais puro querer.
Sigo em paz o meu rumo. Feliz, em resumo. Não há como descrever.
A sua ausência é minha paz.