Insight Meditativo
Dia 21/04/2016 tive meu primeiro insight meditativo em uma meditação da Lua Cheia do Arte de Viver na Praia do Diabo. Foi um dia de mar forte, que inclusive provocou o desabamento da ciclovia de São Conrado.
Na hora de começar a meditação foi feito um exercício de respiração muito legal, no qual tampávamos cada hora uma narina. Acho que essa atividade contribuiu bastante para meu insight. Agora preciso levá -lo para minha vida prática.
"NA NATUREZA NADA SE CRIA, NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA." (Antoine Lavoisier)
Enquanto respirava e prestava atenção na minha respiração, pensava nas relações humanas.
Ao inspirar, tentava trazer junto com o ar o amor e as energias positivas para dentro de mim.
Antes de soltar, segurava-o por um tempo e ao expirar buscava esvaviar os pulmões por completo tentando tirar de mim tudo o que tenho de ruim.
Entre a ins e a expiração, enquanto prendia o ar, tentava fazê -lo pelo máximo de tempo possível para que pudesse aproveitar todo o amor que eu havia inspirado. Quando eu expirava me batia um certo medo de deixar escapar o amor que havia inspirado e por isso não queria solta-lo.
Foi nessa hora que começou a vir o insight. Ao perceber que eu não podia prender aquele amor para mim comecei a pensar primeiramente na minha relação conjugal e depois fui estendendo o pensamento para minhas outras relações e, por fim, levei o pensamento aos Estados Unidos e aos países em guerra.
Nessa hora acho que consegui espontaneamente compreender o Metta Bhavana. O amor que eu inspirava não podia ficar preso só para mim, aquilo me sufocava e então eu precisava soltar para o mundo o amor que eu inspirava. O amor inspirado é natureza e na natureza "nada se perde", logo, ele precisava retornar ao ambiente.
Nesse momento, ao pensar minha relação conjugal, refleti o ciúme e dissolvi esse sentimento, pois se amor não se prende, mesmo que a gente tente uma hora ele escapa e a expiração acontece. Assim, se meu cônjuge é amor, ele é livre, faz morada em mim, me energiza e sai, mas volta na próxima inspiração.
Em seguida, me toquei de que se o que eu queria para mim era amor e ele entrava em mim com o ar, então nada mais sensato do que que o ar que estivesse ao meu redor fosse repleto de amor.
Mas... Como fazer com que tenha mais ar de amor ao meu redor para a próxima inspiração?
Liberando na minha expiração amor.
Se eu continuasse expirando minhas "poluições internas", na minha próxima inspiração o ar que teria ao meu redor seria esse ar sujo que expirei.
Mudei então meu padrão respiratório e passei a inspirar e expirar amor e sentimentos puros. E então me veio o Metta Bhavana. Eu só tinha amor dentro de mim naquele momento. Era tanto amor transbordando que nas outras expirações eu tentava expirar pela boca, como se tivesse expirando esse amor para vários cantos. O ar que eu exalava chegou nos EUA, para tentar dissolver o espírito americano que visa lucros e incentiva guerras e brigas entre outros países. O ar que exalava também chegou a África, levando amor e paz para o coração e a vida daquelas pessoas pobres e desnutridas. O ar que exalava chegou as favelas brasileiras e aos países em guerra, onde se mata sem nem se conhecer. O ar que exalava chegou aqueles que brigam, aqueles que sofrem e estão desolados, aqueles que perderam entes queridos, aqueles que pensam em tirar a própria vida, aos que estão doentes...
Senti que um energia fluiu também para a minha garganta e concluí que o amor não estava presente só no ar que eu inspirava ou expirava e que esse amor deveria sair também pela minha garganta, nas minhas palavras e ele retornaria pelos meus ouvidos. Concluí então que minhas palavras também deveriam ser carregadas de amor, carinho, respeito e compaixão.
Quanto mais eu conseguisse encher o universo de amor, com palavras e respiração, mais dessa pureza teria ao redor, pois os outros no mundo também passariam a ter amor para inspirar e, consequentemente, para expirar. Assim seria construído um universo de bondades e nossas poluições internas seriam lavadas pela enchente de amor.