O tempo não para.
Sinto um aperto no peito, uma sensação de falta, é a saudade que tenho de você? Penso em falar algo, em ir atrás, em perguntar de novo, mas, perguntar o que?
Eu sei que vai passar, o tempo não para, e essa promessa que me impulsiona pra frente, o tempo não para... De primeira, essa revelação, de que você escorria pelas minhas mãos, indo embora, quebrando as correntes que criou pra mim, essa revelação... Me causou pavor, medo, esse aperto que ainda sinto aqui, vem disso? Ainda?
Faz pouco tempo, estávamos bem, todos os planos, as viagens, o sexo, todos os eu te amo, as promessas, ainda ecoam ao meu redor, e tudo acabou, assim, como tudo acaba, há pouco tempo acabou, e agora?
Sinto essa imensa falta de alguma coisa, constante, olho pra trás e quase tropeço, as vezes me engano, penso estar completa, ou não é engano? Eu realmente estou completa, só que agora seguindo sozinha. Nem seu cheiro me restou, algumas cartas que me recuso a ler, e só.
Pensei em enterrar tudo, pra ver se realmente a gente colhe o que plantou, mas ai eu colheria o que? as cartas são pedidos de desculpas, ou problemas repetitivos.
Eu me pergunto, qual o segredo pra esquecer alguém, é uma pergunta estranha, como se esquece alguém que se ama? Será que é tão difícil porque no fundo ninguém quer esquecer de verdade? Mas quando as expectativas acabam, nada resta, apenas um fantasma, uma lembrança. Enfim, eu escrevi tudo isso pra perceber que talvez esse aperto no peito é meu corpo lentamente entendendo que acabou. Cada parte do meu corpo sente sua falta, mas vai passar. O tempo não para, não é mesmo?