O ofício da Mídia na Sociedade
É um lampejo de estímulo, ao mesmo tempo uma realização terrível, o fato da mídia, cada vez mais, ser um reflexo de nós mesmos.
O estado atual da mídia é disforme, insólito e, a linha que separa o ativismo da mídia, do sensacionalismo, é temerário e tênue.
Em inúmeras instâncias a observação e divulgação indevida da mídia, traz à tona uma pergunta intrigante: tal método de divulgação melhora ou subverte o Estado de direito?
É óbvio que a mídia em adição às redes sociais, estimula interpretações e provoca mudanças. Por outro lado, as redes de televisão e a radiodifusão tornaram-se em juiz, júri e carrasco, com implicações injustas de humilhação e exposição pública, as vezes, com desfechos trágicos. A habilidade da mídia de trazer o melhor para a sociedade, simultaneamente capacita o aumento do mal, com a desinformação e inverdades que espalha através das redes sociais, o contágio da ignorância.
A ausência de competência, profissionalismo e responsabilidade da mídia, disseminando esta prática de propalar, sem fundamento consciencioso, histórias para quantidades sem precedentes de pessoas, impele as redes sociais e a opinião publica a condenar o suspeitoso ato do indivíduo, bem antes do julgamento tradicional formal, confrontando o status neutro do réu aos olhos da justiça.
O papel da mídia, em suas múltiplas formas de manifestação, com seus inúmeros pontos positivos e negativos, naturalmente afinada com as estruturas de poder, funciona como reguladora em sua enorme influência, deve observar seus direitos e deveres de informar com veracidade e responsabilidade.
O sistema judicial é projetado para ser meticulosamente pleno e cabal na sua investigação, ao mesmo tempo, que é designado para proteger o acusado. O tribunal da opinião pública não oferece nenhuma dessas garantias.
Os meios de comunicação cada vez mais poderosos, capitalizado por uma sociedade consumista, profundamente inserida na internet, contrasta com o jornalismo sério que traz diferenças positivas para o sistema e para a vida das pessoas, oferecendo oportunidades para o ativismo, a defesa e, até, para a justiça, necessitando de monitoração para serem responsavelmente democráticos induzindo o Estado a funcionar à nível dessas exigências.