A teoria da razão

De fato eu não sei o que digo, onde ando e o que sou. Só sempre me pergunto: Por que todos sempre vão embora? Porque todo mundo some?

Minha mente anda tão confusa, quem pode me entender?

Eu não consigo compreender minha insanidade... minha maluquez. Preciso de um complemento nominal, mas não há sujeito.

Quero uma palavra proparoxítona, mas no final não há acento que me encaixe.

Quero um aposto, mas eu não aposto no teu modo de gostar de mim.

Quero uma célula, mas não tenho núcleo. Quero um ecossistema, mas não tenho diversidade.

Quero uma simetria, mas não encontro nenhuma metade igual a minha.

Não quero palavras de denotação, quero palavras de conotação, mas também não quero expressões tão figuradas.

Quero razão e proporção, mas o X é negativo e eu sei que o cálculo não ficará positivo com sinais diferentes.

Gostaria de ter cálculos meteorológicos, faria chover pingos de amor.

Quero uma notação cientifica, mas não existe notação com o valor incondicional e com expoentes irreais.

Queria a divisão, mas não há nada inteiro. Queria a multiplicação, mas não há resultado crescente como o número 1.

Queria um processo de fotossíntese, mas nem tem sol.

Mais uma vez... Quero uma célula, mas não estou em equilibro com o meio. Não tenho atividade celular que permita esse equilíbrio, não tenho difusão, osmose, transporte passivo ou ativo.

Queria ter os horários, mas não tenho fusos, nem a linha do Equador e muito menos os trópicos.

Eu queria um número racional, mas só tenho irracional.

Queria as formas geométricas, mas nem tenho formas.

Do que adianta ter a base e não ter o expoente? Como posso resolver essa potencia? Ou do que adianta saber de algo que nem existe?

Acreditei que uma minhoca poderia ter uma metamorfose, mas não há.. Talvez eu tenha perdido a cor, talvez eu seja daltônica. De fato o amor é um mutirão de cálculos... possui o conjunto universo, tudo é infinitamente um conjunto, porem tenho apenas o conjunto vazio.

Não quero nenhuma operação com conjuntos finitos.

Queria um pronome de tratamento, mas não há tratamento que me ajude! Deveria ter uma parede celular, há uma guerra dentro do meu ser complexo que nem é tão complexo assim. O olhar é algo microscópico, mas não consigo compreender, não tenho materiais que possam me mostrar o que preciso ver. Tudo perdeu o sentido, não consigo falar e nem ouvir, não tenho sentido.

Não quero jogos de sinais ate porque, (++-=-)... não quero nada negativo.

Quero uma receita, mas não tenho ingredientes. Queria ordem, mas não tenho progresso.

Queria uma reação, mas nem tenho ação.

(fm= mxa) eu não tenho força motora, de tal modo não posso ter aceleração e nem massa... massa é tudo aquilo que compõe uma matéria e matéria é tudo aquilo que compõe um lugar no espaço, mas não há espaço. Não há compreensão, quem pode me entender?

Queria um gênero, mas não tenho especie.

Não quero onomatopeias, quero algo relativo.

Quero uma amostra grátis do teu sorriso...

Eu preciso de uma bússola, mas não há localização, não há norte, sul, leste ou oeste.

Queria uma melodia, mas não há harmonia nem sintonia.

Queria o verbo to be, mas não tenho o you, só tenho o she, he, we, they, I, your. Se não tenho o you fica difícil ter algo completo.

Eu sou um paradoxo, mas não sei a teoria de tudo, sei o que preciso saber, mas o que necessito não entendo, de fato tudo é e sempre será um fato exposto, mas que minha emoção não consegue ler.