Um reflexo colorido na janela
Ela sentou-se à janela, cigarro entre os dedos, a fitar a chuva que caía com força lá fora. O cabelo pitado de lilás refletia na vidraça, bem como as incontáveis tatuagens que cobriam-lhe os dois braços. Tirou um trago. Pensou na vida. Sentia-se tão isolada naquele quarto frio de hotel que não conseguia sair da janela, a chuva era sua única companhia. Tirou outro trago. Pensou na vida outra vez. Olhou para os braços, viu sua personalidade estampada em sua pele e pensou "porque as pessoas simplesmente não me aceitam?" Tirou mais um trago. Mirou o reflexo embaçado na vidraça. Um reflexo colorido por fora e cinza por dentro. Deu um sorriso amarelo e falou consigo mesma: relaxa, estranho mesmo é ser normal.