50% ou verdades e mentiras
“As forças ocultas, negativas e destruidoras, são inimigas das obras de duração. Filhas da mentira, vivem do efêmero. Revolucionárias, no dizer do convencional, como o antigo Saturno, devoram os próprios filhos”.
Gustavo Barroso, in História Secreta do Brasil, Vol. 5
Ora, as obras de duração representam o conservadorismo. Então as forças ocultas opõem-se ao conservadorismo. O conservadorismo significa continuidade, perpetuidade. O que se opõe à ordem natural das coisas – tudo muda. Sendo assim, tais forças não precisariam ser ocultas, já que estariam atuando de acordo com as próprias forças do tempo, comprometidas desde sempre com a alternância. Se são ocultas, pode ser que se envergonhem da mentira de que se nutrem, fazendo com que perca o sentido a alternância, se ela for provocada apenas pelo efêmero e/ou (muito mais ainda) se alcançada pela mentira e pelo oportunismo ou pelo aproveitar-se da ocasião.
Em essência, portanto, a citação acima tem a sua verdade e a sua mentira. O que nos leva à necessária opção pelo equilíbrio, pelo meio terno, de que já falavam os gregos da antiguidade.