Eterno enquanto...
Um homem e uma mulher se conhecem, se apaixonam, vivem um romance lindo, fazem juras de amor e… se separam, conhecem outras pessoas e revivem o mesmo ciclo. Vivem o amor eterno enquanto ele dura. Será que realmente isso é amor? O amor não surge do nada e não se vai com facilidade. Amor é decisão. Decisão de perdoar, sustentar, apoiar, proteger, querer o bem do outro, servir… amar.
De fato, crescemos e aprendemos erroneamente que o amor é aquela sensação gostosa na barriga quando você pensa na pessoa. É você viajar em pensamentos planejamento o próximo momento, juntos. Assistimos que um casal que se ama não briga, pensa do mesmo jeito, se divertem e nunca vivem momentos ruins. Isso não é amor! Isso, talvez, seja uma paixão.
A paixão pinta o mundo da cor mais inusitada, enquanto o amor traz a realidade das cores, ainda que hajam tons de cinza. A paixão desprende facilmente, o amor permanece na certeza. A paixão não divide o outro, o amor compartilha o outro justamente por saber o quanto ele é precioso. A paixão nos isola de todos, o amor nos aproxima de novas pessoas. A paixão sustenta um relacionamento enquanto ela está brilhando, o amor sustenta o relacionamento mesmo quando parece que ele já não existe. A paixão ilude, o amor revela as verdades. A paixão nos torna cegos para os erros do outro, o amor nos faz enxerga-los e nos motiva a ajudar o outro. A paixão pinta a ideia de perfeição, enquanto o amor mostra-nos o quanto somos falhos e precisamos de mudanças. A paixão nos faz sentir atração física por algum aspecto do outro, o amor nos atrai por tudo o que o outro é, pela sua pessoa inteira.
Isso mesmo! O amor não é paixão. O amor é racional. O amor é decisão. O amor é escolha.
O amor tende a nos tornar pessoas melhores e não miseráveis obstinados.
Nem tudo no amor é alegria… “O amor pode trazer tantas lágrimas aos olhos quanto a dor” (C. S. Lewis)
Cari Silva.
Fev de 2016