Quem deve mudar?

Bom, mais um texto refletindo sobre a guerra dos sexos ou feminismo versus machismo.

Em primeiro lugar eu sou defensora das causas em prol da mulher, que historicamente sempre foi tratada de forma negligente, violenta e desigual.

Porém, o assunto específico que venho me expressar com esse texto é sobre os papéis e os relacionamentos.

Qual é o papel do homem e qual o papel da mulher? Quem deve ficar em casa?

Olha, isso de falar que lugar de mulher é no tanque ou no fogão é algo que nem preciso discutir, porque lugar de mulher é ao lado de quem ela ama ou onde é feliz.

Se formos falar de história, nossos ancestrais índios definiram que o homem saia para caçar enquanto a mulher cuidava da oca, das crianças e saia para colher frutas. Isso está mudando no mundo, mas ainda não tomou uma proporção que podemos afirmar que esse modelo de aprendizagem mudou por completo.

Não é porque algo foi definido naturalmente que não é passível de mudança, mas e aí qual é meu papel?

Bom, eu li um texto recentemente que retratada a angústia da narradora de se tornar uma mulher, ou nós sermos mulheres que os homens não gostam. Ela se expressa dizendo que espera que os homens entendam que nós mulheres mudamos e fomos preparadas para sentarmos ao seu lado como igual.

Comentários aprovando e não aprovando o texto se seguiram sem comiseração, entre dizeres que a autora ficaria sozinha para sempre e outros totalmente empáticos.

Eu acho sim que tudo deveria mudar nessa hierarquia, só que não vejo nada de errado nas tarefas domésticas, maternais ou todas delegadas à mulher. Diante de todo esse discurso encontro apenas um erro, não vejo problema nenhum na educação da mulher, eu vejo sim na educação do homem.

Não é a mulher que deve evoluir na minha opinião e sim o homem.

Tarefas domésticas são extremamente importantes, nossa casa, nosso lar deve estar limpo, aconchegante e saudável. Talvez se esse preconceito em dizer que quem está em casa não faz nada, nossos problemas reduzissem e muito. Sinceramente eu acho que todos nossos problemas começaram por ai, no preconceito com a ação, com o papel doméstico.

Uma mulher ou homem doméstico é parceiro de seu cônjuge quando não gastar exacerbadamente e sabe administrar o dinheiro, logo um homem ou mulher que segue uma vida profissional é parceiro quando colabora com os serviços doméstico, fazendo sua parte e valorizando.

Como experiência própria, eu preferia mil vezes seguir minha carreira profissional à ser doméstica. Fisicamente falando é melhor e financeiramente também.

Então a partir desse novo momento que estamos transitando, acho que o homem deveria ser educado à ajudar nesses afazeres. Nós estamos nos tornando independentes do trabalho doméstico, que eramos condenadas para tal e ao mesmo tempo o homem deveria ser preparado para dividir esse predicado.

Afinal o lar sempre irá existir e necessitará de cuidados.

O ponto que eu acredito que me faça ficar preocupada é quando o assunto se trata da criação de filhos. Existe um potencial paterno para criar filhos, acho que deveriam ter descanso no trabalho para ficar ao lado do bebê tanto quanto a mãe, mas ( não sei se é despreparo meu) acho que nada substitui o valor da presença materna para a formação de uma criança, pelo menos nos seus primeiros 2 anos de vida. Nós geramos, nós amamentamos e acho que se a natureza nos deu isso, há de se levar em consideração. Por isso a necessidade do cuidado na escolha em se tornar mãe, de não ser negligente no uso dos métodos contraceptivos. Se tornar mãe deve ser uma escolha feita consciente, porque sempre é abrir mão de alguma coisa (ou de várias). Eu como mãe, sempre quis isso para minha vida, sempre foi uma escolha ter uma família antes mesmo de me tornar uma profissional. Desta forma, todas as minhas outras escolhas se basearam nessa decisão. Me formei em uma profissão que posso fazer meus horários e quando meus filhos estiverem em casa, estarei com eles. Acho que um pai é capaz de criar seus filhos, mas deve ser preparado para isso, entendendo de alimentação saudável e como prepará-la, lendo sobre educação infantil, criar habilidades para trocar fraldas, alimentar, fazer dormir e enfim, tudo que é necessário para educar e criar um filho saudável fisicamente e mentalmente. Só é preciso pensar que um filho exige tempo e dedicação. Não acho que seja impossível, mas essa função eu não delego (rs).

No fim tudo é uma questão de preparo, re-educação e entendimento. Quando existe amor verdadeiro, conseguimos mudar tudo isso mesmo com o tempo.

Um dia me perguntaram se eu me casaria de novo. Eu disse que "de novo não". Me casaria com o mesmo homem que amo, que consegui transformar e ser transformada. Nada é perfeito, mas estamos nos aprimorando. Não nego que se me separasse não me casaria de novo, pelo fato de querer viver a vida sem precisar abalar novamente as estruturas de outra pessoa e não sei se seria apaixonada por outra pessoa da mesma forma que sou pelo meu maridão. (rs) Aprendi o que é casamento com ele e não preciso redescobrir de uma forma diferente, porque apesar de intenso, dá trabalho, assim como ter filhos.

Se não pensarmos assim, que tudo pode ser transformado aos poucos com carinho, muitos continuaram falando que não se casariam mais ou até que nunca se uniriam à alguém. Tudo seria mais tesão que amor, com um prazo de validade curto. Eu acredito que estar em um relacionamento por anos, te dá muito mais que tesão, paixão, mas faz conhecer e reconhecer um amor que pode ser construído, junto com uma sabedoria, crescimento pessoal, orgulho e força, que relacionamentos curtos não te dão, fazendo com que continuemos mais egoístas e descartáveis. Isso não é bom para nós e muito menos para o mundo. Quando me casei, pensei mais nas questões ambientais e sociais.

Mas vamos ter cuidado em colocar a culpa em alguém, quando a possibilidade dos relacionamentos se tornam impossíveis.

Afinal, não é culpa só do homem ser como é, tudo foi imposto socialmente à ele "criança". É uma repetição de aprendizado, então por que não enxergar esse lado, ter paciência e amor, para que tudo realmente se transforme sem guerra?

Do blog: www.alinequinsan.blogspot.com

Acesse o canal: https://www.youtube.com/channel/UC_Su4eACjQk_Gac9Ovj7OLw

Fanpage: www.facebook.com/alinequinsan