Sobre o amor
Este é talvez o único tema que não se esgotam os comentários, sobre o qual todos têm uma opinião, para o qual todos se destinam e com o qual muitos dizem viver. E eu, em mais uma dessas madrugadas em que me foge o sono, me flagro pensando que não importa o quando já se tenha dito, pensado, escrito sobre o amor, tudo é ainda nada diante da robustez dessa doce e viva incógnita.
Perguntaram-me se eu acreditava no amor eterno... Pensando bem, somos passageiros nesta vida. Um ciclo se fecha após o outro e depois de décadas sobre a Terra nada mais restará de nós a não ser fotos e lembranças, boas ou ruins, na memória daqueles que estiveram ao nosso redor. Pode o ser humano sendo tão etéreo cultivar um sentimento perene? Não dá... Creio que o Amor maior, aquele que deu vida à vida, que pôs tudo em seu lugar, que recebe um nome diferente em cada cultura e lugar, nos deu a oportunidade, ainda que breve, de experimentarmos a eternidade no amor. Porque, quando se ama e morre, o amor se eterniza com quem partiu. Mas, para quem fica, ele assume uma nova identidade, transformas-se dando espaço a uma nova vida, um novo amor.
E não é verdade que o amor é perfeito? Sim, ele o é. Veio das mãos do Ser que é perfeito, em todas as dimensões. Alguém aí pode nomear algo que Ele tenha feito que esteja errado ou fora do lugar? Mas, sendo nós imperfeitos, poderíamos gozar asddelícias de um sentimento perfeito? A todo momento gostaríamos de esquecer o quanto somos falhos.
Por este motivo é que o Dono do amor abriu as portas da sua criação mais bela, eterna e perfeita, transformando-a conforme as nossas necessidades. Porque amor, amor mesmo, não possessividade, não interesse, não paixão carnal, o amor que provém do Criador, este nos foi dado por herança, partilhado por Alguém que só sabe amar.