Descentralizar e delegar

A importância, a utilidade e o risco da propaganda opera paralelamente com as necessidades críticas da democracia, que depende, em qualquer situação, do interesse, auto esclarecimento e da escolha inteligente e racional do eleitor, ignorando o lado racional do cidadão, apelando em favor das influências inconscientes e dissimuladas, fazendo o eleitor agir em contrassenso ao processo democrático que se sustenta na escolha consciente em solo sólido e racional, colocando-o abaixo do nível da escolha e da razão, com a mídia se esforçando em persuadi-lo a votar num candidato sobre o qual pouco sabe, através dos canais de televisão, emissoras de rádio e agencias de jornal constantemente propagando ideias e ideais políticos e, assim, formando opiniões, melindrando a liberdade coletiva.

A propaganda comercial da televisão começa seu trabalho base de modo insidioso, acentuando sua atenção na criança sugestionável, oferecendo uma miríade de anúncios e ofertas de brinquedos, jogos e fantasias, vestimenta e calçados, vinculando-o ao consumismo e conectando-o com ideias direcionadas, ao ponto delas cantarem alguns comerciais, antecipando que a criança irá crescer retendo esses conceitos superficiais, tornando-o em consumidores de ideologia.

É uma questão de educação, e devemos salvaguardar uma contraposição analítica com respeito à armadilhas verbais usadas na condução dos interesses delas, as crianças, para torná-las mais conscientes sobre o que lhes é dito e feito.

Desde tempos imemoriais, a minoria munida de aparatos usados como instrumentos para obter poder e impor limitações e o controle das massas garantem sua influência sobre o povo.

Numa época de explosão demográfica acelerada e de sistemas organizacionais progressivamente eficientes, a paixão do homem pelo poder é comovente. Por tal razão, a proposição da democracia é preservar a integridade e reafirmar os valores das pessoas, coibindo o indivíduo e minorias de exercerem poderes acentuados e demorados sobre o povo, por ser algo potencialmente temerário e passível de melindrar com os interesses, o destino e a liberdade coletiva numa realidade em que as pessoas tornam-se cada vez mais organizacionais, e uma nova moralidade de tendência ética grupal parece sobrepor-se ao indivíduo.

Diante de um eleitorado gigantesco, a impotência e anonimidade do eleitor é latente, e este sente-se inseguro quanto à efetividade de seu voto, de sua escolha. Provavelmente a descentralização e a desconcentração do poder absoluto dando lugar à transferência de competências legislativas para pessoas e entidades em âmbito menor e territorial que pode gerenciar e entender seus interesses e prioridades, autogovernado e livre de delegação e concessão centralizada, seja a resposta que nos guiará rumo a uma democracia com autonomia.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 08/11/2015
Reeditado em 20/11/2015
Código do texto: T5441557
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