SÓ UM DESEJO
Se de uma lâmpada mágica
Um gênio me surgisse
E me desse em página
Três desejos, que eu pedisse
Só de um, eu precisaria
Para me sentir realizada
Pois tudo que eu mais queria
Era ver a terra ser respeitada
Se você me perguntar
Qual seria a habilidade
Que eu gostaria de apresentar
Pra encontrar toda a felicidade
Te diria sem pensar
Que eu só queria poder
Com um simples olhar
Ver a terra se refazer
Queria com um simples toque
Devolver à água, a sua limpidez
E que minha mente se foque
Em todas de uma só vez
E se curar dessa doença
Que eu chamo nanumanidade
Que vive só de aparência
E carrega só brutalidade
Eu devolveria a vida roubada
Desse nosso planeta
Dessa jóia abençoada
A qual muitos só fazem careta
Sonhar com as estrelas
É um ato irracional
Me contento em vê-las
Cuidando da terra, essencial
E fazer chover onde há seca
Ou estiar sem grande derrame
Para que o verde floresça
E a vida se proclame
Fazer árvores exuberantes
Brotarem em abundância
Em meio ao asfalto arrogante
Imunes a toda ignorância
Com um balançar de mãos
Colorir os céus com pássaros
Mil espécies, mil cores, mil sons
Lindos e livres dos bárbaros
Fazer verdejar a terra desnuda
Ver florescer a terra estéril
Fazer reviver a vida massacrada
Nesse mundo tão fértil
É muita gente pequena
De conduta mesquinha
Que a esse mundo condena
Feito erva daninha.
Como cópias baratas
De um verme maldito
Que a natureza destrata, descarta
Como uma espécie proscrita, maldita
Estupidez sem limite
De uma raça profana
Que ao simples toque transmite
Sua destruição mundana
Eu só queria devolver
Pra esse planeta a sanidade
Pois ele anda a perecer
Nos braços de tanta crueldade
Pois ele anda a se dissolver
Nos braços da impunidade
Pois ele anda a se desfazer
Nos braços da marginalidade
Pois ele anda a se perder
Nos braços da irresponsabilidade
Às vezes parecemos criança
Destas muito mal educadas
Cujo Pai limpa a lambança
Mas seguimos dando nossas cabeçadas
Formamos uma sociedade demente
Que se julga superior
Cada vez mais doente
A contaminar, dilapidar o que tem real de valor
Pra que embasamento científico
Para explorar tantos recursos
E tão pouco instinto
Pra preservar no percurso
Somos o verdadeiro apocalipse
Dessa destruição global
Eterno e enfermo eclipse
Irradiando todo o seu mal
Eu só queria devolver
Pra esse planeta a sanidade
Pois ele anda a perecer
Nos braços de tanta crueldade
Pois ele anda a se dissolver
Nos braços da impunidade
Pois ele anda a se desfazer
Nos braços da marginalidade
Pois ele anda a se perder
Nos braços da irresponsabilidade
Mas parecemos criança
Destas muito mal educadas
Cujo Pai limpa a lambança
Mas seguimos, dando nossas cabeçadas