Trilhas da Consciência – T03 - Lua Azul

Doce lua, que flutua, ali no céu me chamando pelas janelas;

vou olhar, tua beleza, em um lampejo, linda luz, descubro teus desejos;

iguais aos meus, solitária e inquieta;

desespero todas as noites, a minha à tua espera;

mal consigo imaginar;

clara nua, me prega uma peça;

teu brilhar, bem no peito desconcerta;

revira ao avesso, não durmo mais, te amanheço;

assim vou andando ao teu encontro;

abrindo caminhos nuca abertos antes;

com tuas faces, misteriosa, quantos poetas, loucos;

já caíram à tua prosa;

mal consigo imaginar...

Lua azul, se eu pudesse te tocar;

Lua azul, te cantar tudo o que sinto;

Lua azul, ao menos ouvir a tua voz;

Lua azul;

Vem me olhar, todas as noites, algumas por entre as nuvens;

sopro todas pra bem longe, envergonhada, tenta, quase se esconde;

nada adianta, te encontro mesmo distante;

te mostro todas as trilhas, você fingi, e não responde;

com tuas fases, quem me dera, quantos poetas, loucos;

já caíram à tua espera;

mal consigo imaginar...

Lua azul, se eu pudesse te tocar;

Lua azul, te cantar tudo o que sei;

Lua azul, ao menos ouvir a tua voz;

Lua azul;

Olhe pra mim, e me diga, o que tenho que fazer;

para brilhar assim, com você;

azul, vermelha ou pálida;

de qualquer maneira me enfeitiça;

segure minha mão, vamos dar voltas;

aí por cima até que o dia amanheça;

até que a noite cansada se ponha aos nossos pés;

até que o estranho aconteça;

mal consigo imaginar...

Lua azul, se eu pudesse te tocar;

Lua azul, te cantar tudo o que sinto;

Lua azul, ao menos ouvir a tua voz;

Lua azul;

Lua clara, cor de gelo, já te tatuei fria no meu peito;

novamente teu desejo, brincadeira, jogo ou devaneio;

tatuarei de novo, quantas vezes for preciso, para que reconheça;

não sou mais um, uma simples presa;

onde te encontro durante o dia, ao menos me mostre um caminho;

doce lua, pendurada imponente, me chamando todas as noites;

fico sonhando acordado, com o dia que poderemos;

mal consigo imaginar...

Lua azul !

Lua azul !

Lua azul !

Alexandre Rodrigues
Enviado por Alexandre Rodrigues em 31/10/2015
Reeditado em 21/04/2016
Código do texto: T5432882
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