TARDIOS DEVANEIOS
O s gritos das ruas são incapazes
De aplacar e toldar o fim de um certo espaço de tempo
Por anos fomos omissos às verdades que nos impunham
Nos deixamos levar por benefícios mundanos
País de plácidos viventes e sobreviventes mansos
Mentiras nos jogaram aos ventos vadios suaves macios
Compactuamos com hostilidades desmandos verbos frios
Muitos se vendem por tão pouco é quase um desvio pardo
Dentaduras leite pão migalhas de atenção
Teto chão intervenção cabide vaga
Se calam por cargos comissão desleixo descaso omissão
Manifestações protestos balburdias baixarias delações
Para tudo enfim dar em nada tudo tem molhada de mãos pior que pizza fria
Muitos vetos registros processos
E partidos envolvidos querendo apenas seu quinhão
Violência em toda parte e dentro das mentes mais esclarecidas só interrogação
Nas nuances e trâmites legais tudo vêm à público em único contexto
Vencedores não aparecerão a justiça é falha cega e um tanto desestruturada
Na balança desregulada só restarão muitos perdedores
Nada se altera para melhor só a violência cresce
E as muitas caras de pau ganham mais lustro
Nesse nosso país varonil de verdes matas
Águas profusas de Natureza exuberante
Vive um povo acostumado com jeitinhos e conluios
Jogo de futebol música mulheres bonitas tudo vira festa
Show em comícios são para curtir os artistas
Nenhuma bandeira é realmente levantada
Parece até que as passeatas caminham e não levam a nada
Sem esperanças na bagagem vamos seguindo pela mesma estrada
Até quando Deus assim nos permitir
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2015.
(Ficando bem claro que odeio política, não sou de nenhum partido, só escrevi como vejo o que acontece à minha volta)