Colecionador do inesperado
Eu já quis ser querido, olhado com bons olhos;
Quis ser famoso, amado por trás de alguma arte,
Quiçá artista, com uma pequena loucura em suas proezas,
Até mesmo pianista, compositor de belas melodias.
Já pensei em ser herói, ajudar aos que sentem fome;
Ser vilão, roubar um banco e viver em torno do luxo.
Na TV, já me vi protagonista de uma novela mixe,
Vi-me recebendo um Oscar por direção de filme.
Imaginei-me atleta, suando por uma bela medalha dourada.
Um rei, circundado de subordinados;
Um escritor, bem quisto por suas belas escritas.
Hoje Descobri que não faço questão de ser querido,
Com isso a fama seria-me inútil.
Descobri que não possuo dom,
Além de uma imensa desafinação e grande falta de coordenação.
Contudo, poderia ser herói em sonhos, mas hoje em dia prefiro não sonhar.
Então por que não ser um vilão?
Porque sou idiota e me entregaria na primeira oportunidade.
Pudera ser um rei, mas não coordeno o próprio peito,
Talvez por isto, agora eu prefira ser invisível;
Um colecionador do inesperado,
Ou talvez, o simples silencio.