A tempo e fora de tempo

Desde que iniciamos a campanha de Oração, convidamos uma vizinha para participar. Ela já é convertida e estava indo poucas vezes em sua igreja. Vimos ali uma oportunidade de, juntos, louvarmos ao Senhor, aprender Sua Palavra e orarmos. Na primeira semana compartilhamos nosso desejo de ter todos nossos vizinhos em alguma reunião, o quanto será bom orarmos juntos com eles e por eles. Ver Deus entrar em todas as casas. Sermos, de fato, a arca para Salvação. Na segunda semana essa vizinha, movida pelo Espírito de Deus, contou-nos que reforçou o convite para outro vizinho que meu pai já havia convidado. Ficamos felizes pela ação movida de amor. Na terceira semana ela compartilhou que estava no supermercado, em frente à nossa casa, e sentiu muita vontade de chamar outro vizinho nosso. Por vergonha e se achar despreparada para isso, desistiu. Ao compartilhar conosco, no momento da oração, fomos sinceros uns com os outros, pois quantas vezes deixamos de falar de Cristo por vergonha e falta de ousadia? Tivemos um momento de louvor e oração ao Senhor. Percebi que nosso coração estava sendo movido para interceder pelos nossos irmãos e conhecidos; também para estabelecer o Reino de Deus através de atitudes práticas de evangelismo, como por exemplo: convidar um vizinho para orar. Na segunda-feira antes da quarta semana convidei um vizinho travesti para participar da oração. Surpreendi-me quando ele disse que minha vizinha (essa que está participando conosco da campanha) já havia feito o convite. Descobri, depois, que ela havia o convidado poucas horas antes de mim. No dia da oração, conversávamos alegres sobre nossa ousadia de convidar e falar com esse vizinho. No entanto, já estávamos para começar a oração e ele não aparecia. Decidimos ir chamá-lo em sua casa. Ele agradeceu o convite, pediu para orarmos por ele e disse que tinha vergonha de ir à oração. Falamos da importância dele estar conosco e que não precisava ter vergonha, pois ele nos conhecia e nós também a ele. Inclusive durante alguns meses ele foi o cuidador da minha avó materna enquanto ela morava em nossa casa. Ficamos de buscá-lo no próximo dia da campanha. Na quarta-feira recebemos uma triste notícia: o dono do mercado sofreu um infarto e faleceu. Todos os vizinhos estavam bastante surpresos com o acontecimento. Infelizmente não aproveitamos alguma oportunidade para falar de Jesus para esse senhor. Creio que Deus tenha levantado outras pessoas para ministrar a salvação na vida dele.

O que eu quero compartilhar? Não tenho, no momento, um testemunho de cura, provisão financeira ou outra situação “cabeluda”, como diz nosso pastor. Minha fala pretende expressar o quanto essas reuniões de oração têm movido meu coração para ser uma missionária do Evangelho puro e simples. Quantos vizinhos, amigos e conhecidos mais morrerão sem Jesus, se atolarão em drogas, venderão sua honra e perderão família e dignidade em vícios até que os filhos de Deus acordem e abram suas bocas? Eu concordo que a pregação do Evangelho nem sempre é pelo falar, mas tem horas que devemos falar a Palavra de Deus e não falamos! Até quando falaremos de Deus e da Sua maravilhosa Graça só entre os da fé? Até quando sentaremos na Igreja para ouvir uma pregação e então esquecê-la assim que o pastor falar a “benção apostólica”? Existem pessoas que precisam entrar na arca, pois Deus quer salvar a todos. E você? Vai ficar parado?

“Pregue a palavra, esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, exorte com toda paciência e doutrina. Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos. Você, porém, seja moderado em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério.”, 2 Tm 4:2-5

Expresse o amor de Deus, fale da Sua Graça salvadora ao pecador. Abra sua casa, receba seus vizinhos, ore por eles. Seja um missionário todos os dias, a tempo e fora de tempo!