Continuar
 
Continuo aqui no meio dos papeis amarrotados,
Minha pena necessita ser abastecida de tinta,
Por vezes é melhor não conhecer as pessoas...
A versão compartilhada pode se tornar inversão,
Que liberta as amarras da razão e da língua...
Tudo fica obscuro se perde nas profundezas,

A luz da lanterna não alcança a pedra angular,
A sensibilidade é pisoteada com rudes botas,

Na escuridão adormece esperando um retorno,
Alguém que a descubra diga-lhe que és preciosa,
Brisa subterrânea sopra não sabe onde pousar,
Continuo entre as fotos e os papeis amarelados,
Recitando por dentro sonho que não se realizará.

 
Vou continuar, é exatamente da minha natureza nunca me sentir ridícula, eu me aventuro sempre, entro em todos os palcos. 
Clarice Lispector.
 
Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 17/07/2015
Reeditado em 19/07/2015
Código do texto: T5313934
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