O beijo da madrugada

Posso ser confundido com a escuridão da noite, pois faço dela o meu abrigo inóspito, o cintilante das estrelas é o ópio das minhas frustrações cotidianas. Afinal por mais densa que a noite é, não resisto ao alvorecer do novo dia, que acaba de nascer. Novamente sopro os meus desejos e sonhos mais profundos, e espero que eles sejam levados pela leve brisa da amanhã, que faz brotar de seus olhos claros o orvalho puro que cobre os prados e campinas sem fins. E que no desenrolar do dia, o que era sonha, preenche-se verdadeiramente de realidade, que é elevada aos meus olhos, pois tal como Tomé muitas vezes sou pego pela incredulidade, afinal o único poder divino são os meus sonhos, que são muitas vezes guiados pelo kerygma, que tenta burlar os desejos efêmeros da sarx feroz.

Nando Veloso
Enviado por Nando Veloso em 29/06/2015
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