Não estamos preparados para amar
Será que estamos preparados para amar?
Sabemos sim, viver juntos, dividir responsabilidades, conquistas, dores e alegrias.
E as confusões que fazemos? Crenças e sentimentos que muitas vezes, equivocadamente achamos que é amor: paixão, desejo, possessão, recalque, convenção e até vingança...
Mas amar, aquele amor de verdade, ainda nos é um pouco difícil.
E não podemos amar não é porque não queremos, mas porque não sabemos.
Normalmente quando estamos prontos para um relacionamento com estabilidade, discernimento e afeto verdadeiros, também já estamos repletos de desconfiança, preconceito, traumas e questionamentos.
É tão comum hoje encontrar pessoas realmente boas que estão sempre à procura de alguém especial que fica no ar a pergunta do porque de tanta dificuldade.
Homens e mulheres que dizem querer algo durável, mas não conseguem. Por quê?
Simples: o medo prevalece. Medo de ser enganado e de ser traído. Medo de se doar muito e receber menos. Medo de perder a liberdade e a identidade. Medo de ser usado, de ser feito de bobo, de parecer fraco. Enfim, medo de se entregar.
Mas há ainda, outras situações bem peculiares. Relacionamentos onde já há certa maturidade e onde valores, afinidade, planejamento e sonhos em conjunto estruturam o amor. Mas mesmos estes ainda sofrem com as coisas mais absurdas: brigas tolas, mau humor, orgulho, dinheiro, arrogância e outras tolices que azedam qualquer relação.
Há relacionamentos, inclusive, que estão perdendo para as redes sociais. Twitter, whatsapp e facebook estão tomando o espaço de abraços, carinhos, beijos e companheirismo.
Também é complicado aceitar que a vaidade, o mais tolo dos defeitos cause tanto estrago nas relações. Queremos nos sentir desejados, belos, queridos, lembrar das façanhas do passado, ser assediados e de braços dados com o orgulho sermos "a última bolacha do pacote".
É difícil imaginar que os votos de "felizes para sempre" sejam quebrados por tweets e curtidas, mas chegamos neste ponto.
Então, a conclusão é que não estamos preparados para amar.
Amor requer cuidado. Requer aceitação e muitas vezes, concessão.
O amor precisa também de dedicação, de confiança, de fortaleza e de paciência.
Não cabe competição, rótulo ou julgamento.
Não se ama "um pouco", não se entrega em partes.
É tão intenso que toma ares divinos.
É pleno e incondicional.
Portanto, a todos aqueles que conseguiram receber e manter este estado superior de amar e ser amado, fica sempre a fala do poeta: cuida bem do seu amor.
Não há nada mais precioso, acredite.
Também não há nada lá fora e nem tampouco, algo de novo no paraíso.