Talvez uma taça de vinho
Para tudo. Quero descer só um pouquinho.
Dar uma volta ali na esquina, respirar o ar que está ficando tão escasso.
Esqueça tudo, deixe de falar meu nome em vão. Preciso de um tempo para colocar o pé na areia, ler velhos livros, ouvir aquelas músicas e acreditar nos mesmos sonhos de sempre.
Não comente nada, nem peça explicação. Deixe-me quieta por um momento ou por toda a vida, não sei.
Preciso mais de menos questionamento, menos confusão.
Feche a porta, apague a luz, fique em silêncio. Dê-me um beijo de boa noite, de bom dia, de despedida, de compreensão. Tanto faz.
Preciso de ar, de janelas e portas, de chaves que abram algemas da alma, outras que tranquem velhos fantasmas.
Silêncio. Talvez seja a palavra do dia. Talvez seja a ordem no caos. Talvez seja por fim a explicação.
Não há nada de novo no mundo, nem nas falas tão minhas.
Às vezes é preciso apenas um pouco de calmaria para que a fé retorne e a crença seja a mesma de quase todos os dias.
Até lá, um bom vinho italiano faria alguma diferença nesta situação.