CATIVA
Há uma voz que me arranca máscaras, atingindo o âmago.
Há pelos caminhos folhas secas; assopro-as com delicadeza, preciso do simples para sobreviver com esperanças!
Ando esturricada, calcinada pela nostalgia.
Por mais que trame os fios, dia e noite como velha aranha, desprende-se o primitivo que me captura levando para além a lógica.
Olho pro espelho estúpido e solitário.
Não quero ser leviana, mas não enxergo de fato os fios que teci minha pequena, breve vida. Não, não estão ali. Construo-a dia após dia, incansavelmente; estamos todos nessa batalha mas muitas vezes pensamos estar pronta a grande trama de nossos destinos.
Tentamos nos desprender da incompreensão.....as janelas da alma estão alteradas pela ignomínia.
A natureza traz sua individualidade e apesar dessa estratégia, caminhamos entrelaçados uns aos outros em emoções ameaçadas pelas angústias naturais da imortalidade.
Atravesso pela poesia a ponte do amor e molho com lágrimas o inverno dos dias.
Mas ainda há perfumes raros que meus pulmões confrontam em sua estranha vigília.
Há tantas conquistas que aguardo!
É sempre assim quando elevo meu ser através da escrita.
Fico alinhavando as letras uma a uma para retornar ao ninho.
Por nada quero perder os silêncios da imaginação.
A morte ronda sinistra......
Estou selvagem, arrranhando, sangrando, uma maneira que encontro para permanecer sem ser obrigada.
A poesia anda incrustada, em posição esplendorosa e entendo seus sinais.
Tristonha ando com teorias saltitantes.
Quanto preciso calar, voar como a Luz, não consigo.
Preciso dessa saudade tatuada em meu cerne.
Ainda tenho um sonho: Libertar de mim mesma!