CATIVA

Há uma voz que me arranca máscaras, atingindo o âmago.

Há pelos caminhos folhas secas; assopro-as com delicadeza, preciso do simples para sobreviver com esperanças!

Ando esturricada, calcinada pela nostalgia.

Por mais que trame os fios, dia e noite como velha aranha, desprende-se o primitivo que me captura levando para além a lógica.

Olho pro espelho estúpido e solitário.

Não quero ser leviana, mas não enxergo de fato os fios que teci minha pequena, breve vida. Não, não estão ali. Construo-a dia após dia, incansavelmente; estamos todos nessa batalha mas muitas vezes pensamos estar pronta a grande trama de nossos destinos.

Tentamos nos desprender da incompreensão.....as janelas da alma estão alteradas pela ignomínia.

A natureza traz sua individualidade e apesar dessa estratégia, caminhamos entrelaçados uns aos outros em emoções ameaçadas pelas angústias naturais da imortalidade.

Atravesso pela poesia a ponte do amor e molho com lágrimas o inverno dos dias.

Mas ainda há perfumes raros que meus pulmões confrontam em sua estranha vigília.

Há tantas conquistas que aguardo!

É sempre assim quando elevo meu ser através da escrita.

Fico alinhavando as letras uma a uma para retornar ao ninho.

Por nada quero perder os silêncios da imaginação.

A morte ronda sinistra......

Estou selvagem, arrranhando, sangrando, uma maneira que encontro para permanecer sem ser obrigada.

A poesia anda incrustada, em posição esplendorosa e entendo seus sinais.

Tristonha ando com teorias saltitantes.

Quanto preciso calar, voar como a Luz, não consigo.

Preciso dessa saudade tatuada em meu cerne.

Ainda tenho um sonho: Libertar de mim mesma!

Arana do cerrado
Enviado por Arana do cerrado em 20/04/2015
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