O fazedor de velhos
Ele chega lentamente e se move em meio às horas que passam
Observa os atos e com ele cria memórias.
Salva e alivia na esperança de dias sempre melhores.
E dorme o sono satisfeito nos braços dos que são alheios à sua presença.
Ele escava montanhas, elimina florestas, move os mares.
Torna os olhos cansados, mas o sorriso franco na sabedoria.
Tira beleza e rouba juventude.
Arranca a força e limita os movimentos.
Vem sempre para ficar, sem pedir licença, sem anunciar que está se instalando.
Cria novos conceitos, mata velhas falas e medos.
Rompe com juramentos, deixa mais leve a culpa
E esquece as falas e as promessas feitas.
Ele, o fazedor de velhos e sábios
De felicidade tardia ou de arrependimento sem volta.
Aquele que ronda todos os lares, invade todas as mentes
E descansa silencioso na eternidade.
Ele.
O Tempo.