Reencantamento

O homem não é nada mais do que aquilo que faz a si próprio, já versava Sartre ao qual sua máxima, coaduna-se na atual conjuntura, em que a raça humana encontra-se em assídua ação a protagonizar mais uma das crises terrestres.

Há aqueles que alegam que são os finais dos tempos, outros mais um problema a ser superado. Aos conhecedores da história, crises sempre existiram, sejam políticas como assassinatos de líderes, guerras mundiais e até cruzadas para lutarem em nome de Deus.

Instabilidades econômicas que desde Roma perpassando a queda do império, baixa ou alta idade média, renascença e desdobramentos do pós moderno, as consequências políticas resultaram em transtorno, instabilidade, desconfiança e medo.

Há os que alegam que a humanidade está violenta e outrora desconhecem que muitos pensadores foram assassinados continuamente no fogo da inquisição ou em batalhas nos campos de concentração, entre outras “missões” exacerbadamente fanáticas. Doenças medievais que dissipavam povos ou ideologias de pão e circo, que ludibriavam os cidadãos para interesses políticos, econômicos e quiçá particulares fossem efetivados.

O mundo sempre participou da grande dialética, a propiciar instabilidade, equilíbrio e modificação de conceitos instituídos convencionalmente.

A crise é a antítese hegeliana que busca fomentar novas propostas rumo a verdade ou a desconstrução de Nietzsche de um homem para a construção de um novo conceito em busca de superar suas fraquezas.

Há crises que precisam ser superadas sejam em inquietações filosóficas, lutas sociais, reformulações políticas, readequações hídricas, reordenação do controle financeiro e novas propostas de aprender e ensinar a construção de ações sustentáveis, posto que, como corroborava Nietzsche “é preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante”.

Os atuais desdobramentos são oportunos para novos horizontes. Quando alguém perde-se no caminho, há a crise e na grande dialética da necessidade, é momento de gerir novos direcionamentos com o objetivo de encontrar-se. Ao fim, tudo volta ao equilíbrio.

Infelizmente a humanidade em partes não conhece sua história, o que a torna refém dos poderes políticos, econômicos e atualmente midiáticos.

Muitas crises passaram-se, muitas passarão e como alega Friedrich Nietzsche “O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte”.

Conhecer, é ter poder de reencantar não o mundo, mas, a si mesmo.

Alessandro Salgado
Enviado por Alessandro Salgado em 14/04/2015
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