Divagando...

Cá estou... Sentada na calçada conversando com um velho amigo como se fazia antigamente... Não importa se na verdade ele não está do meu lado, o que importa é a transferência de pensamentos. É a conexão da mente.

Pois é, meu amigo... Estou aqui... Divagando...

Chorando estrelas... Derramando tristezas...

Prostrada, porém continuo tentando, e tentando, acho que continuo tentando.

Disse para tirar o mundo das minhas costas, eu tentei.

Falou que mereço conquistar minha liberdade e ser feliz.

Ah! Meu querido! Perdoe o sorriso sarcástico que dei, mas e você? Da sua vida, o que me diz?

Concordo! Mundo injusto! Todos fazem o que é certo, o que precisa ser feito.

Ninguém se encoraja a fazer aquilo que lhe apraz.

Todos vivem no eterno “vir a ser”, todos convivem com o “e se..”

Nessa vida ingrata, o que pode ser nos mata e o passado nos tira a paz.

E se...? E se tivéssemos lutado? E se tivéssemos vivido? E se...?

E se... E se???

Parece gritar dentro de nós... Como uma farpa enfiada no cérebro a incomodar, mas bem sabemos... É nossa própria voz!

É estranho pensar que tudo vira um novelo emaranhado de complicação.

Um rio turbulento que nunca vemos a margem pra descansar.

E talvez, eu disse talvez, você não tenha percebido meu caro, está na mesma embarcação!

O problema é que não temos em mãos o leme, nem o remo, mal cabemos nesse barco... Somos tão diferentes... Nunca nos ajustamos... Não me olhe assim zombeteiro!

Sabe muito bem que tanto você como eu chegaremos ao fim dessa viagem sem ter completado a Aventura, sem ter se doado como quisemos, sem mesmo teremos as moedas para o Barqueiro.