POEMA CHATO

Não era eu,

não sou eu aqui.

São vontades,

é a falta de espaço.

O aperto do tédio,

o silêncio do grito escorregando

Os dias passando lentamente

A mente já lenta

Não sou eu que escrevo estes versos

É algo que senti

É algum acúmulo

Alguma sobra

O excesso

E vamos relembrar

"que tudo em excesso é chato"

Por isso esses versos são chatos

É o excesso de mim

Mas não sou eu

É o excesso dos dias,

mas não sou eu

É o excesso do tédio, do não ter o que fazer

Das lorotas ouvidas

Dos pontos interrogativos,

negativos, também...

Enfim,

todo poeta é escritor,

mas nem todo escritor é um poeta.

Todo adulto é uma criança,

mas nem toda criança é um adulto.

Todo poema é limite de alguma coisa,

seja lá o que for.

O poeta jamais escreve sem antes sentir

A orquestra interna do poeta é seu despertador,

e escrever é seu trabalho.

(Karine O Cardoso)

Karine O Cardoso
Enviado por Karine O Cardoso em 01/03/2015
Reeditado em 01/03/2015
Código do texto: T5154235
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