ESTUDANDO...
O Eu diz: eu sou.
Ele diz que é em cada forma que faço,
Em cada movimento que executo e,
Em cada som que emito.
Ele diz “eu sou” em tudo que vem de mim.
O Eu diz “eu sou,” porque tudo em mim
Me chega primeiro pelo Querer, embora
Eu sinta uma energia anterior-interior
Em tudo que o Querer me traz e também,
Veja esta mesma força expressa
No acabamento de cada coisa que faço/sou.
É o meu anímico que, como um fino papel
De sede transparente e todo azulado, donde emergem
Nuances de todas as cores que existem no Universo
Que traz este acabamento pessoal.
É o meu etérico, que como um movimento/anergia cósmica,
Luz, cor, escuridão, brilho, permanentemente
Lança raios brilhantes e terrosos, reflexos múltiplos.
Quem sabe descontínuos! De todo meu ser.
É ele o etérico que, sem ser carma, está em mim a aponta
Um devir, movimento de realização cósmica, sabe-se quando
E onde?
Mas..., permanentemente realização.
É ele o etérico que, em Antroposofia, me aponta possibilidades
De estudos para o autoconhecimento e os conhecimentos outros.
É ele o etérico que, em Antroposofia, me aponta possibilidades
De estudos que fujam do auto-engano que confunde
O desenvolvimento da subjetividade – da alma/anímico
Com o desenvolvimento maior, o desenvolvimento do Ser.
É ele o etérico que, em Antroposofia, me aponta possibilidades
De estudos do desenvolvimento do Ser, que é macro, espiritual.
Do campo do Sagrado. Assim, sendo religioso, sem ser dogmático.
É Nele, no etérico que reconheço a cósmica sacralidade
Que se revela em todas as coisas vivas ou não, desde o
Ser mais complexo até uma minúscula poeira cósmica.
Assim, é Ele, o etérico que me desvia do auto-engano
De querer transformar este estudo em posturas treinadas.
Pois sendo da ordem do sentir não pode, sem que se torne
Uma mentira, ser uma aprendizagem cognitiva.
É Ele, o etérico que me dá a possibilidade de ser a incompletude
Do movimento, que é Liberdade. E, é Ela a liberdade que é para mim
O âmago do estudo antroposófico. Um estudo que se aprende, por isto
Transforma-se, porém não alinha – é um estudo que, sobretudo revela
A diversidade como Alteridade “do ser.”
Aqui fica o desafio para quem quer ensinar/aprender na perspectiva antroposófica.
(de Assis Furtado, 16/11/14 às 6h da manhã)