Ódio e Amor
Eu vivia numa horizontalidade linear onde o incomum é ser estranho e o padrão é ser normal; onde o sonho é uma utopia e a fé se alimenta da cegueira humana, regida por uma esperança vazia de um dia ser o que se sonha, simplesmente pelo medo de ter que estar por ser utopicamente real.
Desci tão fundo a ponto de sentir o ódio circulando em minhas veias, queimando minhas artérias, ampliando meus sentidos, inundando-me de adrenalina, levando-me ao êxtase extremo de sentir a vida por dentro.
Então, o momento me levou tão alto que pisei nas nuvens, senti a brisa acariciar meu rosto com seu doce toque vital e um suave cheiro de carinho angelical, vindo de outra dimensão que me inundou de paz...
Foi quando percebi que o mais fiel amigo que nunca nos abandona, o tempo, fez-me ver o quanto é bom viver e sentir os dois extremos da vida: ódio e amor!