Pedra e Vidraça
     _Já fui rocha dura e me envaidecia de estar num todo poderio, porém todo poder vira pedaços quando não se frutifica e torna-se um empecilho no caminho de alguém.
     _Senti um poder maior explodindo minhas entranhas e dividindo minhas moléculas... Tornei-me pedaços, pedra que amontoadas a outras tinham sua função e finalidade nos projetos futuros de uma nova construção, mas as pedras rolam e também se perdem, virei cascalho e deste jeito fiquei jogado no caminho, divertimento nas mãos de garotos que me arremessavam de um lado a outro.
     _Monição durável e assertiva de vidraças que para o prazer de alguns em ouvir o estraçalhar na casa do próximo perdia outros tantos de mim.

     _Gasto pelos anos e fora da minha junção desfalecia farelento e triste e o meu pó juntou-se a areia que por outro intuito fora recolhida.
     _Fui forjado pelo fogo, pela química e sabedoria e alto grau de intensidade e calor, os mestres de sopros estavam comigo mas não acharam a digna qualidade de um cristal.
     _Hoje sou vidraça reflito imagens destorcidas e brilhos ofuscados, registrando ações e impulsos que me ataquem, captando o tempo de maneira peculiar da arte para que fui predestinado.
 
"Aquele que nunca pecou atire a primeira pedra".
Jesus Cristo.
Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 15/10/2014
Reeditado em 19/10/2014
Código do texto: T5000416
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