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Este é o dia mais solitário da minha vida

E eu me vejo a buscar estrelas num céu nublado.

Nada mais há, a não ser cacos,

Pedaços de um ser estilhaçado.

Ninguém deveria sentir-se assim, tão abandonado,

Mas é inevitável.

Meus erros me assombram

E eu não tenho paz em minha cabeça.

E tudo quanto olho parece estar errado

E tudo quanto penso parece estar errado.

Percebo de repente que foi evitando magoar

Que eu magoei mais.

Que foi tentando proteger

Que eu machuquei mais.

Tentativa e erro.

Riscos e fracasso.

E aqui estou a rogar

A todas as forças existentes no universo

Sim, estou apelando

Para todas as crenças e religiões

Que algo urgente ouça meu grito

E sacie este vazio, esta dor,

Que seja capaz de lançar esta agonia

Em algum buraco negro.

E me pego olhando fotos

E clicando o botão “delete”.

E me pego ouvindo músicas

E chorando sem querer.

Vejo o sol, mas não tem mais importância

Porque o frio está na minha alma.

Não há mais cores, nem canto dos pássaros,

Tudo o que ficou foi um cubículo estranho

Onde minha mente delira, meu estômago revira-se,

Minhas mãos tremulam.

E tudo em mim está negro

Uma densa neblina cobre meus olhos e meus sonhos.

Não há mais fé, não há mais esperança.

Não há futuro.

Só espero o momento do adeus final

Quando por fim a morte vier me tirar deste torpor cruel

E, enfim, irei descansar.

Milene Gomes
Enviado por Milene Gomes em 19/08/2014
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