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Este é o dia mais solitário da minha vida
E eu me vejo a buscar estrelas num céu nublado.
Nada mais há, a não ser cacos,
Pedaços de um ser estilhaçado.
Ninguém deveria sentir-se assim, tão abandonado,
Mas é inevitável.
Meus erros me assombram
E eu não tenho paz em minha cabeça.
E tudo quanto olho parece estar errado
E tudo quanto penso parece estar errado.
Percebo de repente que foi evitando magoar
Que eu magoei mais.
Que foi tentando proteger
Que eu machuquei mais.
Tentativa e erro.
Riscos e fracasso.
E aqui estou a rogar
A todas as forças existentes no universo
Sim, estou apelando
Para todas as crenças e religiões
Que algo urgente ouça meu grito
E sacie este vazio, esta dor,
Que seja capaz de lançar esta agonia
Em algum buraco negro.
E me pego olhando fotos
E clicando o botão “delete”.
E me pego ouvindo músicas
E chorando sem querer.
Vejo o sol, mas não tem mais importância
Porque o frio está na minha alma.
Não há mais cores, nem canto dos pássaros,
Tudo o que ficou foi um cubículo estranho
Onde minha mente delira, meu estômago revira-se,
Minhas mãos tremulam.
E tudo em mim está negro
Uma densa neblina cobre meus olhos e meus sonhos.
Não há mais fé, não há mais esperança.
Não há futuro.
Só espero o momento do adeus final
Quando por fim a morte vier me tirar deste torpor cruel
E, enfim, irei descansar.