O que é nosso, não se perde!
Quando vivemos solitários, ativamos os monstros que habitam dentro de nós. Ficamos quase cegos, e a eles, aos monstros, confiamos a nossa vida. Amordaçados, resistimos à verdade, verdade que é vida. Temos cor de cansaço. Falamos e sentimos pelos monstros. Quase ilhas, nosso jardim, nossa casa, é pura carência, sem perfume e negro de seiva. Não poupamos o coração e a alma, coroamos a tristeza, permitimos a morte. Desejamos compreensão, mas no fundo-no fundo, se quisermos mesmo, a tal compreensão, diríamos a mesma coisa de duas maneiras diferentes: uma para os ouvidos, outra, para o coração - ponto de partida para os nossos passos, rumo ao que chamamos Vida.
Podemos rasgar-nos numa noite espinhenta e cinzenta,
mas não perder a magia de viver pelos caminhos.
O que é nosso, não se perde.