A vida só me reservou tristeza
O ínfimo prazer não se levanta mais
É tarde de domingo e a última folha de nostalgia
Dissipa-se no ar volatilizado pela solidão alcoolizada.
Meus pés caminham lentamente pelos corredores do mundo
Em meus próprios delírios.
Ah! Como estou perdido nesse viver sem graça que criei.
Como estou confuso nessa caminhada solitária que tracei.
Como é difícil!
Meu ser tentando renascer todos os dias
Como uma lagarta tento metamorfosear
Transforma-me em novo ser, leve, liberto e cheio de graça.
A vida não me reservou muita coisa prazerosa
A vida só me reservou tristeza camuflada em felicidade
A vida só me ferrou até agora.
Talvez não tenha aproveitado melhor os momentos
Talvez a vida até tenha me reservado alguns prazeres
Mas eu sou duro de mais para certos prazeres.
Só o silêncio e a solidão me consolam.