Aqui dentro
Minha consciência está leve e não há maleficência que leve.
Aqui dentro
Há um amor
que trabalha arduamente
por tudo e todos
por dias e anos
e até no sem fim.
Existe o rugido
de uma fera risonha
que toca e cura,
enxerga e expurga
a semente obscura.
Há a melancolia
de cartas queimadas
amores deixados
em tempos partidos.
Há foto no porta-retrato
sempre alterada
do preto e branco
ao colorido sem brilho.
O ontem no calendário
transtornado e aflito
por fazerem dele
um amanhã vazio.
Há boatos de sorrisos
também falos umbigos
de mentes mecânicas
e corpos esguios.
Na uva, na ameixa, na seda
na beleza completa
da mão que acaricia
um rosto pelas manhãs.
Sem esquecer-se do elemento
Esticando as curvas
em linha reta de traço
rompendo dimensões
no ingênuo abraço.
Tem limão e tem dente de alho
e o pagão reservou seu lugar
para o paladar em sacrifício.
Agora sai em desafio
correndo no meio fio
e folhas deixadas voando
dos livros de Ana Cristina
de Sylvia e companhia
para outros olhos no cio.
André Anlub®
(Inspirado no escrito “lá fora” de Ana Cristina Cesar)
Site: poeteideser.blogspot.com
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