O tempo não descansa
O tempo passa e leva com ele as cenas coloridas de pipas em um dia de verão.
Às vezes traz memórias de tristeza decantadas em lágrimas.
Outras vezes, guarda a felicidade de dias de chuva e pés descalços na areia.
Mas sempre passa.
Escoa pelos dedos e vai imprimindo marcas no rosto de todos os dias.
Cinge as horas em um tapete de fios invisíveis e quando menos se nota já se transformou em anos, em décadas...
É terrível e silencioso. Passa lentamente diante da dor, mas corre feito louco quando vê a alegria.
E assim, sem mais nem menos, sem pedir licença leva consigo as crianças que brincavam no quintal e os sonhos de conquistar o mundo.
Injusto e frio, esse tal de tempo.
Um dia acaba, sem aviso e sem consideração.
Finda a hora, o minuto, o segundo restante.
Segue arrogante achando que possui poder sobre a vida.
O que o tempo desconhece, no entanto, é que ele não existe.
Quando a vida acaba, logo recomeça e com ela novos sonhos, planos e esperança na constante e imutável lei do eterno retorno.
O tempo, assim como a morte, é mera ilusão.