Outono
Promessa rica é o outono
Árvores desnudando-se deitando folhas secas uma a uma no solo, matizes mil entre o rosa, o dourado e o marrom queimado.
O vento traz odores que só o outono tem, cheiro de nostalgia e saudade de uma etapa que se encerrou
O leito de folhas sobre a grama ressequida é um deleite para humanos, esquilos e borboletas, seu farfalhar é um folguedo e um prazer...
Metamorfose, transformação, renovação.
Tudo será possível até que os novos brotos surjam, chances infinitas.
Leva, vento frio, todos os desapontamentos contigo assim como as folhas que voam e viajam, suaves e leves, para outras paragens.
João de Barro, constrói teu ninho com solidez pois o inverno não tarda, quem não se guarda sofrerá seus rigores.
E eu sigo mirando esse sutil panorama repousada no banco solitário dessa praça enquanto penso em como a nossa existência é excepcionalmente fecunda e requintada em detalhes somente perceptíveis aos sensíveis de coração e alma, como os poetas e os passarinhos.
Essa praça se chama vida.