MANIFESTO

Creio que seja anormal a atual normalidade, onde a ótica da juventude de emancipação extrapola o conceito de “EU SOU LIVRE E DAÍ”?

O que é ser livre? Pensando bem é um conceito sujeito a interpretações. E sem moralidades.

Se tirar foto do corpo nu e enviar via celular para uma rede privada e “isolada” de amigos é ser livre, acredito que o conceito carece de indagações. Antigamente pelo menos se tirava foto e a circulação desta tinha lá um conteúdo mais restrito. Hoje a imagem passa de mão e mão, onde avidamente, curiosos, transferem uns para os outros, expondo o que outrora passivamente seria privado. Será que o intuito inicial de privado seria o que consta realmente no dicionário, ou a transgressão é mais instigante se divulgada por terceiros?

Não vejo nada demais nisso, se as pessoas, na maioria bem jovem, diga-se de passagem, estejam conscientes desta exposição, das conseqüências do uso desta imagem por terceiros e de que podem correr riscos muito mais sérios do que a curiosidade.

Hoje, pequenas orgias em “SOCIAIS”, navegam em celulares com a mesma rapidez de um espirro. Jovens que bebem além da sua capacidade de equilíbrio cometem deslizes e barbaridades, que em sã consciência não cometeriam e expõem esta informação a outros jovens como se esta atitude fosse a mais heróica de todas.

Meninas são estupradas, abusadas e se calam perante a sociedade, pais e amigos. Acabam rotuladas como piranhas, periguetes, galinhas, vagabundas e etc. Os meninos se vangloriam desta barbaridade. Onde estão os pais? Onde ficaram os adultos? Onde estão os educadores, quaisquer que sejam eles? Muitas vezes a omissão é a pior das armas.

Enfrentar esta situação é ter coragem para orientar e dizer aos jovens o quanto eles excluem de suas vidas inúmeras possibilidades quando agem imprudentemente com os seus corpos, sua sexualidade e o seu convívio moral. Tudo é normal se há consenso entre as partes. Se o mundo gira em torno de pessoas consciente que descobrem sua intimidade com autorização, respeito e lealdade.

Conversei com a minha filha exatamente sobre isto. É moda mandar foto pelada para rapazes? Ela vê todos os dias esta situação no meio em que vive. Falei que não estou 100% do tempo com ela. Que determinadas coisas acontecem por indução, curiosidades, vontade de transgredir regras. Contudo a extensão deste ato precisa ter sua evidência definida. Expliquei sobre a circulação da imagem, das formas abusivas que esta imagem poderia ser distribuída, a rotulação e vulgarização por parte de mãos ávidas e todos os cochichos envolvendo seu nome nos meios e círculos de amizade. Acredito não ser da vontade dela executar esta moda, mas se o for, ela está completamente a par dos riscos.

Ka Risse
Enviado por Ka Risse em 21/05/2014
Reeditado em 21/05/2014
Código do texto: T4814563
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