As vezes sinto um vazio no peito, não sei explicar, mas o motivo é pela tal confiança que a humanidade me usurpou; olho a tv e só vejo desgraça, pessoas ceifando as vidas umas das outras, matam pessoas como se matassem insetos e não importando se as vidas são de filhos, pais, conhecidos, amigos, basta que alguém vire pedra no caminho para ser expurgado do sistema.
Não sei mais em quem confiar, não sei se as pessoas sorriem pra mim ou de mim, não sei a quem posso recorrer em situações complicadas e difíceis, pois as pessoas estão cada vez mais voltadas para si mesmas.
Amizades, ah, essas não se fazem mais como antigamente que encontrávamos aos montes, agora precisamos ter um algo a mais para se cultivar uma amizade, no mínimo uns presentes, uns mimos, algo que some materialmente, porque o sentimento verdadeiro, esse já perdeu o valor faz tempo.
Se você doa com autenticidade sua amizade, considere-se um exemplar e procure não se corromper e saiba que vai se decepcionar e se ferir.
Estou de fato envergonhada, estou farta e cada vez mais trancada no meu próprio asilo, no meu próprio eu, dentro de mim mesma, pelo menos tenho certeza de que se eu mesma me trair, eu mesma responderei por mim e eu mesma cobrarei de mim, pois serei eu comigo mesma e por enquanto ficarei aqui, desse jeito sinto-me segura.
Ultimamente tenho agido assim... Se quiseres minha amizade, toma, é tua, mas eu não cobrarei nada e nem farei questão de que me proves nada, pois eu não posso cobrar nada de ninguém pelo fato de não confiar em ninguém, e por isso ninguém me deve absolutamente nada, me dôo sem olhar à quem dôo.
Eu apenas lamento o fim trágico desta humanidade desprovida de sentimentos e caráter, eu sei que há os que ainda amam, os que ainda falam a verdade, mas esses, são tão poucos que já nem se esbarram uns nos outros, estão à beira da extinção.
Eu não vejo mais pessoas se condoerem com o sofrimento alheio, dão mais valor a animais que a humanos.
A vida, os valores, a ética, os sentimentos mais bonitos estão cada dia mais banalizados e onde iremos parar?
Eu não sei, eu não sei, eu não sei....
Eu só sei que desta vida nada levamos, depois desta vida nada mais somos e vejo muita gente preocupada em preparar uma vida plena pós morte, mas não se preocupa com o seu legado.
Eu não posso dominar totalmente o que sinto, mas posso desabafar para tentar entender e tentar de alguma forma mudar ou melhorar, só sei que sinto muita tristeza pela falta de interesse da própria humanidade se conscientizar de que para haver mudança será necessário revolucionar sua própria consciência e quando falo humanidade, eu também estou inclusa, pois não estou me eximindo de nenhuma culpa.

#desabafo

Carina Morais
14/05/2014
Carina Morais
Enviado por Carina Morais em 14/05/2014
Reeditado em 14/05/2014
Código do texto: T4806843
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