Hora do Mergulho
Quero o beijo apaixonado, alucinado... inspirado nos poetas loucos que dançam sob chuva.
Preciso de um olhar deslumbrado, retido, irresponsável, extremamente escancarado do tipo que tira o fôlego e faz parar o coração.
Quero a viagem inusitada, criada nas taças vermelhas do vinho descoberto nas madrugadas frescas de verão.
Preciso do som do vento a brincar de música nos cabelos, dos passos lentos em busca de coisa alguma em lugar nenhum, plenos de satisfação.
Anseio pela desprogramação do dia, a desconstrução da regras, a aniquilação da rotina, a extinção da matemática vazia.
Sonho com a leveza de ser absolutamente nada, de ter que compreender coisa alguma e de dormir o sono da paz perfeita que não foi feita em guerra.
Quero os dias amarelos do sol da infância, o cheiro perfeito do musgo dos bosques encantados, o sonho eterno que nunca se calou.
Amar alucinadamente, sem promessas vãs de matérias passageiras.
Brincar irresponsavelmente nas horas restantes.
Gargalhar todas as vontades, jamais as convenções.
Namorar eternamente sob a luz da lua no romantismo mais doce e abusado que qualquer ser humano possa ter.
Provar das frutas, do gosto e dos sabores.
Receber o beijo único do amor sem igual.
Dormir na noite de estrelas ouvindo apenas a respiração.
E quando o poente vier, sorrir o sorriso dos que viveram muito.
Plenamente...
E sem qualquer explicação.