Sem acreditar
Pensando no versículo “Nós rimos e cantamos sem acreditar em tanta felicidade”, da Bíblia “A mensagem”, a parte “sem acreditar…” me chamou a atenção.
Tenho percebido que os dias não tem sido fáceis para ninguém. Para onde se olha há pessoas contando suas lutas, tristezas, dificuldades e choros. São decepções com o próximo e com o próprio Deus. São sonhos frustrados, idealizações destruídas, promessas adiadas, propósitos perdidos, planos parados, projetos abandonados, relacionamentos quebrados… Como resultado: corações adoecidos. São tantos os motivos para a grande tristeza que fica realmente difícil acreditar que voltaremos a sorrir de tanta felicidade. Que situação horrível! Caminhamos e, se não cuidarmos, podemos tropeçar nas nossas lágrimas que embaçam o olhar. Se não cuidarmos do coração, endurecemos de tal forma que a Palavra do Senhor, Palavra de ânimo, não faz mais efeito. Como agir?
Penso que quando o Salmista escreveu esse versículo, a alegria realmente era tão grande que era duvidosa. O tempo de tristeza, de choro e dor foi tão intenso, tão real e tão devastador que a alegria parecia algo utópico.
Quantas vezes passamos por isso? A tristeza toma uma dimensão tão absurda e tão avassaladora que não acreditamos que um dia voltaremos a sorrir. Entregamo-nos ao quartinho escuro. Passamos a viver em cavernas por anos, sem ninguém notar. Privamo-nos de olhar o sol, a beleza do céu e suas maravilhas. Privamos nossos ouvidos do canto do pássaro, do abraço do vento e do calor do dia. Evitamos os olhares, o abraço amigo, o ouvido atento e a fala amorosa. Tudo porque não acreditamos mais na possibilidade de voltar a sorrir.
Existe uma esperança. Sorriremos sem acreditar em tanta felicidade. Podemos nos apegar ao versículo como promessa. Não importa o tamanho da tristeza, haverá o tempo de sorrir. Sorrisos cheios de alegria. Haverá motivo para tanta felicidade. Essa possibilidade existe! Há uma esperança!
Talvez, por fé, podemos começar o canto de alegria. E, em breve, diremos com convicção: “Nós rimos e cantamos sem acreditar em tanta felicidade”.