Um Profeta
Hoje eu vi um homem desvalido, sujo, mendigando migalhas dos que passam pela avenida suburbana da vida. Este homem caminhava de um lado para o outro, envolto num cobertor preto... na verdade o cobertor era marrom na cor, mas preto era a matiz de sujeiras que aderiram ao seu pano de dormir.
De repente o homem começou a bramir, a gritar, a alardear a volta do filho de Deus. Dizia o sujo homem: “O filho de Deus esta voltando, arrependam-se dos seus pecados”. Por 1 (uma) hora sem parar o profeta mendigo repetia as mesmas palavras.
Uma hora depois, o homem cessou os gritos proféticos repentinamente, deitou-se na calçada, cobriu-se com seu lençol e ficou observando as pessoas que passavam, esperando receber alguma esmola em uma pequena caixa que colocou a sua frente para receber donativos.
Assim são os fanáticos religiosos, perderam a noção de realidade e tentam convencer os caminhantes de uma verdade que não melhora suas próprias vidas. E Deus?
Talvez esteja tão imundo e sujo quanto este profeta de rua, chafurdado no desprezo eterno. Quem sabe.