Fugir ou acreditar?

Todos passamos por muitas decepções na vida, várias, em diversas áreas da vida, mas hoje falo das pessoas, como pessoas que amamos nos decepcionam. Amores e amigos, a questão é como lidamos com isso? Mais especificamente dos amores apaixonados e apaixonantes.

Em alguns casos chegamos a um ponto onde deixamos de acreditar, logo em seguida de nos importar. No meu caso eu não sei bem dizer quando o certo e o errado passaram a ter menos importância, quando minhas convicções perderam força e quando me importar passou a ser uma questão relativa.

Mas perceber que as ranhuras em minhas ideias e em minhas certezas não foi fácil, nem premeditado, muito menos esperado... Após repetir o mesmo erro, diversas vezes, cair e levantar novamente e especialmente depois de sentir saudade de acreditar nas pessoas, especialmente no amor só então me dei conta!

Sinceramente, ainda sinto falta, falta de quando acreditar era fácil, poderia dizer até que era natural. Acreditar na bondade, na verdade, no amor... No fundo, no fundo prefiro acreditar que ainda vai aparecer alguém e me provar que apesar das dificuldades intrínsecas dos relacionamentos, são elas que o tornam ricos. Quando penso nisso me sinto feliz por ainda acreditar em algo.

Mas a verdade é que também graças a essas experiências ficamos mais atentos e não nos deixamos enganar tão facilmente, construímos um sistema de defesa, quase um 'radar-homem-aranha' que sinaliza situações que se repetem nos dando tempo de correr do perigo. Minha luta agora é ajustar os erros do programa, pois me sinto fugindo de qualquer relação mais profunda, me sinto tentando manter os amores a uma distância segura, em um limite superficial, carnal quase, evitando as emoções.

Mas sei que não consigo. Essa descrença e essa distância não são naturais em mim... São apenas metade de mim tentando me defender da outra metade que insiste em se entregar. E é lutando contra que acabo obcecada, envolvida, emaranhada em histórias sem futuro, sofrimentos exagerados, vivendo de sonhos já desfeitos, pela simples saudade de viver o amor.

Que saudade do amor, que saudade de sentir saudade do meu amor. Mas que amor?!

Una
Enviado por Una em 20/02/2014
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