Madrasta da Vida
 
Acordei... Embora o dia lindo não consigo ver nada especial.
Se soubesse que poderia correr sem parar e ultrapassar as barreiras desta dimensão, percorreria os caminhos de luz.
Pois... Aqui as inconstâncias são grandes e as telhas de nossa cobertura despencam sobre nossas cabeças.
Vejo ao longe a chuva vindo com o vento e banhar a vegetação sedenta... Ouço as crianças na rua gritando felizes no seu tempo infantil... Vejo o sol se despedindo no poente e afirmando que aquele dia nunca mais voltará.
Mas não estou legal... Gostaria de correr para a luz e entre seu brilho desaparecer na perfeição.
Meus dizeres são contra a nossa natureza inconstante, qual assedia-nos a alma a fugir para um mundo melhor, mas não o encontrando ficamos conformado.
Então procuro olhares, alguém que pense ou caminhe como eu... Nas cidade dos gigantes adentrei e tenho derrubados alguns, na vila da escassez semeei e fiquei surpreso com tamanha fertilização, visitei os casarões de confino da terceira idade e descobri nos sorrisos desdentados tamanha satisfação.
Mas a telhas caem no meu terraço, espatifam-se deixando marcas, farto de varrer sujeiras e consertar telhados declamo:
Ahh! Inconstância quem és tu!?... Madrasta cruel.
Maurício de Oliveira
Enviado por Maurício de Oliveira em 08/02/2014
Reeditado em 09/02/2014
Código do texto: T4683120
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