Acordei
A minha vida é engraçada.
Assim, sem copiar qualquer texto conhecido, qualquer autor festejado, chego a esta conclusão que, de tão óbvia, machuca.
É certo que se tirar todos os momentos ruins e os dias de tristeza gratuita teria poupado muitos cabelos brancos e tantas marcas do tempo. Mas mesmo assim, com tudo isto, é engraçada.
Vivi muitos sonhos e fiz muitos planos.
Imaginei, criei, fantasiei e achei que podia tudo.
Quis ser arqueóloga, professora, música, cantora, artista, atriz, diretora de teatro. Uma maravilha!
Pensei em ir para a legião estrangeira, mas tive dúvidas se aceitavam mulheres. Quis viajar pela América do Sul a pé, montei uma banda de rock, vendi refrigerante na praia, morei em grandes cidades e brinquei de fazer shows em cidades minúsculas.
Cantei em festivais, declamei poesias, estudei percevejos em plantações de soja, escrevi poemas, editei um livro, fiz dezenas de cursos de gestão de tudo e qualquer coisa.
Um delírio!
Pensei em me especializar, corri atrás de MBAs, publiquei artigos, dei palestras, montei grupos de meditação, estudei psicanálise, promovi desfiles, fiz terapia, vendi geladinho, tapetes e pastel em tardes quentes.
Viajei pelo país, sonhei em morar lá fora, passei em concurso público, fiz carreira, ganhei uma cadeira alta, ensinei outro idioma, montei um fã clube dos Beatles, fui ver os portais da terra oca.
Uma loucura!
Aprendi sobre mantrans, chakras, viagens fora do corpo. Falei sobre prana, sobre gestão de conflitos, motivação e liderança. Fiz festa de criança, contei histórias sob a luz da lua, inventei um mundo mágico onde meninas e meninos podem tudo, fotografei céus indescritíveis, praias de sonhos e paisagens de todos os tipos.
Pratiquei artes marciais, viajei com mochila nas costas, vendi bijuteria, visitei asilos e orfanatos, fiz greve, abaixo-assinado, reivindicações e dancei com um vestido acobreado no baile de formatura.
Participei de campeonatos, ganhei medalhas, diplomas; sequei lágrimas em despedidas eternas e contive as minhas quando escrevi poemas de amor sob árvores compreensivas.
Mergulhei em questionamentos, discuti com Deus, fundei uma filosofia, brinquei de fazer religião, participei de movimentos, pedi explicações e chorei com o milagre do primeiro choro dos meus filhos. Uma benção!
Vivi silenciosamente o maior amor de todos os tempos.
Discuti política, me filei a partidos, assisti shows de rock, vi os meus ídolos, estudei o Egito, fiz cursos sobre vinho, parapsicologia, criação de escargot e teurgia.
Um dia quis ser gente grande. Quis estabilidade, seriedade, projeção.
Briguei, trabalhei, insisti, persisti. Perdi horas de sono, dias de alegria, sorrisos de criança em busca do trabalho perfeito, da satisfação da vaidade alheia, do reconhecimento, do merecimento, do elogio vazio.
Passei muito tempo tentando me convencer de que o contracheque no final do mês valia a pena.
Aí acordei.
Não vale.
Pena que só percebi depois de um tempo brincando de ser importante no lugar e do jeito errado.
Mas já passou, foi só um momento incômodo nesta vida de cores intensas.
Agora é só festa de novo. Olhar de sorrisos e abraços de fazer perder o fôlego.
Eia, que os cabelos de corda querem voltar a voar com os olhos verdes de selva mesmo!
Ardida! Mas também tranquila no tempo que se mostra com tantos valores que nem de longe se relacionam ao mundo tolo onde eu dormi por uns tempos.
Praia de amores, noites de vinhos espumantes, serenidade, risos de contentamento, paz e tranquilidade.
Amor!
Eu sou a mais rica das mortais!
Assim, sem copiar qualquer texto conhecido, qualquer autor festejado, chego a esta conclusão que, de tão óbvia, machuca.
É certo que se tirar todos os momentos ruins e os dias de tristeza gratuita teria poupado muitos cabelos brancos e tantas marcas do tempo. Mas mesmo assim, com tudo isto, é engraçada.
Vivi muitos sonhos e fiz muitos planos.
Imaginei, criei, fantasiei e achei que podia tudo.
Quis ser arqueóloga, professora, música, cantora, artista, atriz, diretora de teatro. Uma maravilha!
Pensei em ir para a legião estrangeira, mas tive dúvidas se aceitavam mulheres. Quis viajar pela América do Sul a pé, montei uma banda de rock, vendi refrigerante na praia, morei em grandes cidades e brinquei de fazer shows em cidades minúsculas.
Cantei em festivais, declamei poesias, estudei percevejos em plantações de soja, escrevi poemas, editei um livro, fiz dezenas de cursos de gestão de tudo e qualquer coisa.
Um delírio!
Pensei em me especializar, corri atrás de MBAs, publiquei artigos, dei palestras, montei grupos de meditação, estudei psicanálise, promovi desfiles, fiz terapia, vendi geladinho, tapetes e pastel em tardes quentes.
Viajei pelo país, sonhei em morar lá fora, passei em concurso público, fiz carreira, ganhei uma cadeira alta, ensinei outro idioma, montei um fã clube dos Beatles, fui ver os portais da terra oca.
Uma loucura!
Aprendi sobre mantrans, chakras, viagens fora do corpo. Falei sobre prana, sobre gestão de conflitos, motivação e liderança. Fiz festa de criança, contei histórias sob a luz da lua, inventei um mundo mágico onde meninas e meninos podem tudo, fotografei céus indescritíveis, praias de sonhos e paisagens de todos os tipos.
Pratiquei artes marciais, viajei com mochila nas costas, vendi bijuteria, visitei asilos e orfanatos, fiz greve, abaixo-assinado, reivindicações e dancei com um vestido acobreado no baile de formatura.
Participei de campeonatos, ganhei medalhas, diplomas; sequei lágrimas em despedidas eternas e contive as minhas quando escrevi poemas de amor sob árvores compreensivas.
Mergulhei em questionamentos, discuti com Deus, fundei uma filosofia, brinquei de fazer religião, participei de movimentos, pedi explicações e chorei com o milagre do primeiro choro dos meus filhos. Uma benção!
Vivi silenciosamente o maior amor de todos os tempos.
Discuti política, me filei a partidos, assisti shows de rock, vi os meus ídolos, estudei o Egito, fiz cursos sobre vinho, parapsicologia, criação de escargot e teurgia.
Um dia quis ser gente grande. Quis estabilidade, seriedade, projeção.
Briguei, trabalhei, insisti, persisti. Perdi horas de sono, dias de alegria, sorrisos de criança em busca do trabalho perfeito, da satisfação da vaidade alheia, do reconhecimento, do merecimento, do elogio vazio.
Passei muito tempo tentando me convencer de que o contracheque no final do mês valia a pena.
Aí acordei.
Não vale.
Pena que só percebi depois de um tempo brincando de ser importante no lugar e do jeito errado.
Mas já passou, foi só um momento incômodo nesta vida de cores intensas.
Agora é só festa de novo. Olhar de sorrisos e abraços de fazer perder o fôlego.
Eia, que os cabelos de corda querem voltar a voar com os olhos verdes de selva mesmo!
Ardida! Mas também tranquila no tempo que se mostra com tantos valores que nem de longe se relacionam ao mundo tolo onde eu dormi por uns tempos.
Praia de amores, noites de vinhos espumantes, serenidade, risos de contentamento, paz e tranquilidade.
Amor!
Eu sou a mais rica das mortais!