Palavras e Caminhos
As palavras estão aí. Como pedras espalhadas pelo chão. Ou amontoadas, junto a grãos menores ou poeira, como o restolho de pedreira, para a construção da base da pavimentação das ruas. Que depois recebem a capa asfáltica. E ainda são palavras nuas. Mas sempre novas. E sempre as mesmas.
A tarefa do escritor é a do construtor de pavimentos. Também a do mestre de cantaria. A do artífice que reúne as palavras, dando como resultado diferentes e múltiplas construções. De caminhos. Caminhos por onde devemos passar. Para sorrir, nos entristecer ou sonhar. E nos surpreender. Como foi possível construir com as mesmas pedras tão diferentes caminhos? Às vezes extremamente belos?
Nem mesmo o maior adivinho poderia responder.