A rigor teórico não existe quanticidade como realidade à parte das outras realidades existenciais. O que normalmente denominamos como quântico é apenas o abstrato, o profundo, o que está no plano invisível ou fazendo ponte com ele, ainda indescritível para nós pelas nossas formas de saber humanas, ainda marcadamente positivistas ou dogmatizadas pelos engessamentos religiosos.
Mas, pretendendo prestigiar o esforço de união ou unificação conceitual entre as novas correntes científicas, filosóficas e religiosas terceiromilenares, vamos adotar aqui no nosso arrazoado o conceito de quanticidade ligado à energia profunda, multitemporal, multiespacial e multidimensional do amor.
 
O amor quântico é a energia do amor universal, que atravessa todas as dimensões, irradiada de seres e para seres posicionados em quaisquer pontos dos universos e multiversos. Não obedece fronteira física, psíquica nem dimensional, não conhece qualquer distância, não morre com o tempo.
Ao primeiro microjoule dessa energia que for mobilizado no íntimo de alguém e na direção de alguém, automaticamente uma luzinha se acende, percorrendo inicialmente a própria fonte e seguindo teleguiadamente na direção do alvo, onde, como e quando quer que este esteja. Pode até não atingir de logo este em sua inteireza e plena eficácia, mas vai deixar nele seu contributo, à espera de um fator catalisador oportuno para que ocorra a personissagem (pouso da energia na pessoa) ou mesmo a mobilização dentro desta, se ela já tivera pousado antes nas cercanias da sua alma. E esse fator catalisador pode ser de mil maneiras, mil anos depois, depois de mil lugares diferentes, inclusive por um estímulo de alegria, por um gesto de perdão, a partir de uma ação nobre qualquer, ou também pelo estímulo da dor, da agressão, de um certo espanto.

 
                                           
 
{“Quem não vier me abraçar, não vier me beijar e não vier dizer que me ama, vai tomar murro!”  Esta é Geralda, ex-interna, recém-expulsa da escola reformatória de menores no bairro de Paripe, em Salvador, ao chegar de volta à casa dos pais e dos irmãos, numa manhã chuvosa do inverno de 1964.} – Ela é uma personagem infográfica do nosso ensaio “Incorrigível, Só o Fogo”
(http://www.recantodasletras.com.br/ensaios/2920038). E vede que ela só está exigindo que digam que a amam. Imaginai os outros por aí que exigem coisas bem mais sacrificantes, ameaçando darem coisas bem mais danosas...
 
 
Todo agressor que vem nos atingir ou perseguir deve ser visto mais amplamente como alguém que foi colocado em nosso caminho, em nossas cercanias, para um tratamento psicoafetivo. Nada ocorrre por acaso. Nada acontece sem o monitoramento espiritual superior, que espera nosso revide em forma oposta, de luz, de um gesto de amor quântico, que atinge a alma, para que o agressor se transforme para melhor, agora ou o mais oportunamente possível.
 
O importante é que, onde, quando e como quer que estejamos, mantenhamos acesa a nossa fagulhinha de energia afetiva e dirijamos incessantemente nossas partículas de Deus na direção dos outros, em qualquer lugar, época ou condição em que nossos alvos estejam Universo a dentro (ou a fora), independentemente de motivações ideológicas ou ísmicas. [A propósito, muitos ateus, positivistas, pragmáticos, materialistas e até torcedores do Miraguaia Futebol Clube são mais mobilizadores e direcionadores da energia do amor quântico do que certos filósofos, cientistas, teóricos, místicos, religiosos, críticos sociais, comentaristas e polemistas mandriões.]
A ação afetiva concreta e materializada, partida do colisor de hádrons da conexão coração-coração, influencia positivamente seus destinatários, com os primeiros sinais de efeitos normalmente já visíveis logo após a primeira colisão ou irradiação afetiva. Ninguém resiste a bem aplicados golpes de amor.  Isso esclarece os efeitos exitosos de ações solidárias individuais sobre a vida de infelizes, criminosos tidos como irrecuperáveis, condenados ao sofrimento ou a punições públicas. Tais ações afetivas e suas reações transformadas surpreendentes são vistas como milagres pelos analfabetos em Física de Partículas Psicoafetivas.
 
O problema é que o amor ainda é visto apenas como um sentimento e não como uma energia transformadora positiva, o que de fato ele é, quando convenientemente mobilizado. No futuro, o amor, como energia quântica, será estudado nas escolas como parte da Biologia, da Psicologia, da Química e da Física, dentre outras matérias. [Ou ficará somente na Literatura Ficcional?]
 
Agora, neste período de festas natalistas, é quando mais precisamos focar o coração dos necessitados da energia do amor, inclusive, nós mesmos, se for o caso, e ampliarmos a visão para o que realmente deve ser o alvo de nossas felicidades íntimas. Certamente ele está acima do oba-oba do consumerismo brilhoso e aquecedor (do mercado de presentes). O alvo das nossas ações amorosas circunstanciais sejam as pessoas carentes, as pessoas tristimaníacas, as carrancudas, criminosas, doentes, tidas como casos sem jeito, além das pessoas deprimidas e abandonadas, mesmo que estas vivam eventualmente sob nosso mesmo teto, mesmo que achemos que tais pessoas sejamos nós mesmos.
Sim. Tudo é relativo. “Quem precisa, ajude”. Como premissa, qual é o nosso conceito de “carência afetiva”? Carência afetiva é a carência da energia do amor que não se recebe de si mesmo nem dos outros, ou é a carência da energia do amor que não se dá a si mesmo nem aos outros, cuja uma das manifestações é a depressão anímica e seus efeitos no corpo mental e em todos os corpos, inclusive o corpo físico, e cuja cura deve começar com ações afetivas e efetivas de iniciativa do próprio carente ou de outrem.
Bem, se não aparece esse outrem quando mais precisamos, cuidemos logo, nós mesmos, de direcionarmos a energia quântica do amor, de que todo mundo é possuidor, em nossa própria direção e na direção daqueles que mais precisam dela do que nós, até que eles mesmos a despertem dentro de si. Sempre há alguém mais necessitado do que nós. A partir dessa tomada de consciência, ou melhor, dessa tomada de atitude, automaticamente a depressão sai na carreira, com intenção de não mais voltar.

Prestar serviço, com amor e por amor, aos necessitados e desamparados sociais é o melhor espantalho contra tristeza, é o verdadeiro elixir da felicidade, é a ocitonina espiritual de efeito permanente para aqueles que tomam como ideal de vida colaborar com o Cristo, como ativista do bem nas frentes de ajuda educacional, motivacional e sobrevivencial.
 
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Segundo estatísticas, dezembro é um dos meses com maior índice de suicídio. Por que será? Certamente pela falta do maior dos presentes, que é se estar presente no coração dos outros, enquanto as luzes brilham lá fora. Por outro lado, no mesmo mês, as lojas têm o menor índice de probabilidade de suicídio falencial.
A quem devemos, pois, direcionar mais as nossas energias? Para as pessoas humanas necessitadas (principalmente da energia do amor), ou para as pessoas jurídicas comerciais devoradoras (principalmente da energia do dinheiro)?
Tudo bem que há a questão da expectativa material das pessoas, especialmente das crianças, que só esperam mesmo é presentes de brinquedos, jogos eletrônicos, telefone celular e tablet. Mas quantas delas pelo mundo, inclusive na nossa própria cidade, não vão passar o Natal em branco, na tristeza, na desilusão porque Papai Noel não lhe visitou? Milhares e milhares! Principalmente nos bolsões de miséria espalhados em todo o Terceiro e Quarto Mundos, que tem ramificações em todos os outros mundos, inclusive o Primeiro, ainda que também em forma de indigência moral, emocional, afetiva...
Então é a hora de levantarmos uma campanha de doações, não necessariamente de doações de brinquedos e outros fetiches mercadizados, mas de doações de energia afetiva, pela oração, pelas palavras amorosas, pelos discursos conscientizadores, pela concitação aos próprios excluídos, de que eles devem ajudar uns aos outros e não ficar esperando apenas pelas esmolas dos bem de vida, embrulhadas com fita ou em saquinhos de plástico. Devem sair da ilusão da desilusão pela ilusão quanto à mística papai-noelina, que só tem de realidade os sacos de dinheiro com que presenteia os industriais dos presentes. Devem aprender a acender a luz crística que há na manjedoura dos seus próprios corações, para fazer nascer a felicidade crística espiritual e duradoura e que não se confunde com a felicidade deste mundo caduco, materialista, extasiante e consciencio-desviante. O melhor presente, e que deve ser dado em todos os meses do ano, é a educação conscientizante e amorizante, ou seja, a que educa para pensar e para amar. É a que ajuda os necessitados a deixarem, por eles mesmos, o papel de necessitados e coitadinhos e a partirem resolutos para a autossuperação. [Claro que, antes, uma boa sopa fluídica e fumegante de verduras, e que também seja impregnada ou temperada pelo amor quântico, é também um bom estímulo, até mesmo para se levantar o ânimo ou um maior nível de consciência.
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Os próprios próximos nossos também são carentes e necessitados, não necessariamente de amor, mas talvez da conscientização dessa realidade mais ocultada pelas grandes mídias mercatológicas e iludentes. O filho, por exemplo, que pede uma bicicleta de presente no Natal, deve ser convencido argumentativamente a se contentar apenas com um velocípede ou um skate, para que o dinheiro daí economizado seja destinado para ajudar na sopa distribuída por  alguma instituição de caridade. É um exemplo.
Alternativamente, a família que não abre mão da ceia natalina na noite de 24 de dezembro, pode resolver ir fazê-la no barraco ou choupana de uma família paupérrima, ou mesmo numa prisão, orfanato, com um grupo de sem-tetos debaixo de um viaduto, com esquecidos sociais sob uma marquise...
[E, considerando que milhões de minicristos (ou crianças crísticas ou cristais)  estão encarnando na crosta planetária em todos os ambientes sociais possíveis, oriundos das Plêiades, quem sabe, ao visitarmos uma dessas pobres famílias, não faremos o papel de reis magos dos primórdios da Nova Era?]  
Mas a ideia não é só ir para simplesmente compartilhar o banquetão. Têm-se que ir com o coração cheio de boa vontade, cheio de partículas afetivas luminosas, não só para doar, mas principalmente para doar-se; muito menos deve-se ir para desfilar suas ostentações, mas ir da forma o mais humilde e simples possível, e sentar-se com eles como nossos irmãos, como nossos iguais, o que na verdade eles são, embora eles mesmos não tenham a devida consciência disso.
[A predisposição de servir em Cristo e a ida em tais ambientes, considerados por muitos como nocivos, já imuniza o caridoso (apesar de que o conceito de higiene e segurança ambiental pela ótica do Espiritualismo cósmico difere muito do conceito reinante em nossos meios sociais. É de causar surpresa em muitos.]
A aura iluminada de quem se predispõe e se prepara espiritualmente para servir em missão crística é a sua própria vacina, a sua cápsula protetora. Claro que, na dúvida sobre as condições dessa proteção espiritual, deve-se ir com outras pessoas de boa vontade, para reforço de dosagem, além de encher o pulmão pelo oxigênio da fé e a mente, pela energia da prece, desde antes de sair de casa.]
Outra opção é que a ceia seja feita na própria casa, mas que sejam convidados alguns desvalidos das ruas para abrilhantarem o momento com suas nobres presenças. Deve ser uma honra.
 
Se a educação afetiva e conscientizadora for dada constantemente, dentro e fora de casa, inclusive a si mesmo, fatalmente o número de casos de depressão e de suicídio há de diminuir sensivelmente, em especial no recordista mês de dezembro, mês de felicidades anestesiadoras para uns e de solidão, tristeza, doença, múltiplas carências e até de suicídio para outros, inclusive para os que vivem nas sarjetas afetivas, muitas vezes dentro de grandes mansões, no lado oculto das luminosas árvores de natal.
Quando não houver mais nenhuma pessoa carente no mundo, inclusive pessoa carente de entender de que deve contribuir desde já para a eliminação das carências do mundo, a partir da sua, aí então terá sentido se dizer "Feliz Natal!" 
Será então quando o novo Cristo terá nascido, ou melhor, se natalizado plenamente na manjedoura terrestre. Aí, sim, virá o fim, porque o Evangelho do Cristo terá sido pregado, na prática, em todos os cantos do mundo, não exatamente em palavras, mas principalmente no espalhamento de fótons espirituais pela prática do amor quântico e suas virtudes  sociais e conviviais decorrentes.


Então a ideia é esta: ao invés de apontarmos na direção das lojas, a fim de comprarmos presentes para os nossos filhinhos, conviviais e demais pessoas queridas, dirijamo-nos, juntamente com eles, em caravanas, na direção das calçadas, leprosários, presídios, hospitais, sanatórios, asilos de desvalidos e albergues públicos, e levemos a seus usuários o melhor de todos os presentes: a nossa presença irradiante de amor, do amor quântico energizante e transformador, em forma de pensamentos, palavras e gestos de otimismo e esperança, ainda que também em forma de eventual lanche (quanticizado) de sanduíche integral com suco de frutas naturais, o que, em alguns casos, ajuda a entender melhor a proposta central.
Esse, sim, seria o verdadeiro espírito do Natal na presente contemporaneidade. Estaríeis vós, por acaso, com as vossas cordas mediúnicas afinadas para sua manifestação?
 
 
 
Josenilton kaj Madragoa
Enviado por Josenilton kaj Madragoa em 22/12/2013
Reeditado em 05/01/2014
Código do texto: T4621742
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