O ADEUS QUE NÃO PUDE DAR
Me perdoem todos por este texto atípico. Muitas das vezes que escrevo, coloco sentimentos de que poderia escapar, talvez até escondê-los. Este não é um texto assim... É como auto-psicologia avançada, ou então, que só funcione como tal.
Há certo tempo entrou em minha vida uma garota da qual não imaginei ser amigo nem mesmo sequer ter contato. A história em si não tem grandes enfeites, não foi feita de grandes feitos, mas foi verdadeira. Eramos amigos. Ela minha e eu dela. Chamávamos, um ao outro, de irmãos. Ela me dizia coisas do tipo "a vida é curta, não viva em vão. Amanhã pode ser tarde, irmão". É, você nem acredita como a vida é curta, Roberta.
Num fim de tarde, um telefonema. Era pra mim. Como uma sapatada, veio a notícia: Sente-se... Talvez você não aguente o que tenho pra falar. A Roberta... A Roberta foi assassinada, na própria casa. Não era um pesadelo, não era uma dessas histórias que os autores contam em livros, pra colocar morais. Não. Era a vida mostrando o quão dura e frágil ela pode ser.
Ah, Roberta, se pudesse ter dado um último abraço... Ter sentido o teu toque, agradecido teus conselhos, ter chorado no teu ombro pela última vez... Não. Sem mais nem menos, eu perdi minha melhor amiga. Aquela que por anos chamei de irmã. Sei que em algum lugar você está e me ouve e me protege e me ajuda. Eu estou contigo e se pudesse, teria ido no teu lugar. Faz dois anos, minha querida. E nesses dois anos de incompreensão, guardei-te em meu coração com um imenso amor. Obrigado por tudo, Rô (ou então 'Hermana', não é mesmo?). Sinto-me péssimo por ter criado coragem de aceitar os fatos só agora... Vá em paz e espera que um dia, vou dar-te os abraços que fiquei devendo.
Agradeço a compreensão de todos por este texto que não teve o caráter dos demais. Como já disse, é um texto atípico, mas tão verdadeiro quanto os outros...
Muito obrigado.